As pesquisas eleitorais contratadas e publicadas pelo Portal Benício (Correio do Povo Tocantinense) têm histórico recente de muitas irregularidades e ilegalidades que colocam em xeque qualquer resultado divulgado pela empresa. Nos últimos dois anos, a Justiça Eleitoral expediu pelo menos 12 decisões diferentes mandando suspender, ou alterar, as sondagens veiculadas pelo site.
Foram dez decisões judiciais nas eleições municipais de 2020 e já são duas agora em 2022, em plena pré-campanha. Neste ano, inclusive, no Processo nº 0600106-82.2022.6.27.0000, movido pelo Podemos, a Justiça Eleitoral condenou o site a pagar uma multa de R$ 53,2 mil por divulgação de pesquisa antes do prazo previsto, numa clara afronta à legislação. A decisão foi expedida pela desembargadora Jacqueline Adorno.
As falhas nas pesquisas costumam se repetir: erros no plano amostral, não detalhamento do perfil dos entrevistados e má distribuição regional do espectro onde é aplicada a sondagem.
“A exemplo, cita-se as Representações n. 0600886-51.2020.6.27.0013 e 0600917-71.2020.6.27.0013, da 13ª Zona Eleitoral de Cristalândia/TO; 0600786-51.2020.6.27.0028 e 0600797-80.2020.6.27.0028, da 28ª Zona Eleitoral de Miranorte/TO; 0600548-04.2020.6.27.0005 e 0600555-93.2020.6.27.0005, da 5ª Zona Eleitoral de Miracema do Tocantins/TO; 0600961-11.2020.6.27.0007, da 7ª Zona Eleitoral de Paraíso do Tocantins/TO que deferiram as liminares requeridas e, no mérito, a confirmaram”, destaca o advogado eleitoralista Leandro Manzano.
Conforme o advogado, as pesquisas têm forte influência no eleitorado. “Por isso tem a premente necessidade de permanência somente de institutos sérios e comprometidos com a veracidade dos números”, frisa.