A economia espanhola deverá recuar entre 0,6% e 4,5% em 2020 devido ao novo coronavírus, apesar das medidas implementadas pelo Governo liderado por Pedro Sanchéz e pela União Europeia. A estimativa foi apresentada esta quinta-feira pelo instituto de investigação económica Fedea, BBVA Research e Fundação Rafael del Pino.
O trio de analistas José Emilio Boscá, Rafael Doménech e Javier Ferri, que também pertence à Universidad de Valência, considera que existe uma “elevada incerteza” sobre a intensidade e duração da pandemia e do período de confinamento, bem como o tempo necessário para desenvolver uma vacina ou mesmo o perigo de a Covid-19 regressar no outono.
É neste contexto que, de acordo com as simulações realizadas pelos analistas (que não contabilizaram os programas económicos das comunidades autónomas), a queda do PIB de Espanha este ano – no cenário base é de 4,1% – passaria a ser de 0,6% tendo em conta a eficácia das medidas adotadas por Bruxelas, Frankfurt e pelo Executivo local e no nível europeu.
Em relação às medidas para auxiliar os trabalhadores espanhóis, como as compensações salariais para trabalhadores não remuneradas, a previsão mostra que se reflete num aumento do défice público e atenua a queda do consumo privado em cerca de 0,2 pontos percentuais em 2020, mas seu efeito no PIB é pequeno. “É um estímulo fiscal temporário, de uma quantidade reduzida em termos relativos (embora indubitavelmente relevante para as famílias mais vulneráveis) e uma parte importante da transferência é dedicada à poupança”.
Em 2019, o crescimento da economia espanhola abrandou para 2%, quatro décimas a menos do que no ano anterior. Segundo o Instituto Nacional de Estatística espanhol, este foi o menor ritmo de crescimento desde 2014 e foi ao encontro dos números do Banco de Espanha, mas fixou-se uma décima abaixo dos 2,1% previstos pelo Governo espanhol.