PF investiga servidores públicos por corrupção e obstrução de investigações em Tocantins

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (20/10)
as operações Éris e Hygea para desarticular organização criminosa composta
por membros da cúpula do governo do Estado suspeita de obstruir investigações
de combate à corrupção e desmantelar o esquema de pagamento de vantagens
indevidas relacionadas ao Plano de Saúde dos Servidores do Estado do
Tocantins (Plansaúde).

Cerca de 280 policiais federais cumprem 57 mandados de busca e apreensão e
outras 50 medidas cautelares, como a suspensão do exercício das funções
públicas, expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça, nas cidades de
Palmas/TO, Gurupi/TO, Porto Nacional/TO, Minaçu/GO, Goiânia/GO,
Brasília/DF e São Paulo/SP.

As investigações, iniciadas há quase dois anos, demonstram um complexo
aparelhamento da estrutura estatal voltado a permitir a continuidade de diversos
esquemas criminosos comandados pelos principais investigados, que teriam
movimentado dezenas de milhões de reais por meio dos crimes praticados. Até
o momento, foi determinado o bloqueio judicial de R$ 40 milhões.
A operação Éris visa desarticular o braço da organização criminosa instalado na
Secretaria de Segurança Pública do Estado do Tocantins suspeito de obstruir as
investigações, utilizando-se de instrumentalização normativa, aparelhamento
pessoal e poder normativo e disciplinar contra os policiais envolvidos no combate
à corrupção. O grupo ainda é suspeito de vazar informações de investigações
em andamento aos investigados.

Já a operação Hygea tem o objetivo de desmantelar o esquema de pagamentos
de vantagens indevidas relacionadas ao Plansaúde e a estrutura montada para
a lavagem de dinheiro, assim como demonstrar a integralização dos recursos
públicos desviados ao patrimônio dos investigados.

Segundo as investigações, o governo estadual removeu indevidamente
delegados responsáveis por inquéritos de combate à corrupção conforme as
apurações avançavam e mencionavam expressamente membros da cúpula do
Estado. Há ainda fortes evidências da produção coordenada de documentos
falsos para manutenção dos interesses da organização criminosa.

Além da obtenção de novas provas, busca-se interromper a continuidade das
ações criminosas, identificar e recuperar ativos frutos dos desvios, resguardar a
aplicação da lei penal, a segurança de testemunhas e a retomada das
Instituições Públicas.

As ações de hoje contaram com o apoio da Força Aérea Brasileira.
Os investigados irão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos
crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa,
falsidade ideológica e documental e embaraço às investigações.

Os nomes das operações fazem referência a figuras da mitologia grega ligadas
à discórdia e à saúde, respectivamente.

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