A Petrobras anunciou nesta terça-feira aumento médio de 5% para a gasolina vendida em suas refinarias a partir de quarta-feira, enquanto manteve a cotação do diesel, em momento de firmeza nos preços internacionais do petróleo e de uma melhora no mercado de combustíveis no país.
O movimento é o oitavo aumento seguido para a gasolina, em tendência vista desde 7 de maio. Na comparação com o patamar mais baixo do ano, visto no final de abril (0,9160 real/litro), a alta acumulada no preço da gasolina supera 80%, conforme acompanhamento dos dados da Petrobras feito pela Reuters.
A forte recuperação nas cotações médias da empresa segue-se a flexibilizações nas quarentenas para combater o coronavírus em várias parte do país, o que tem tido impacto positivo na demanda por combustíveis.
Desde que a Petrobras iniciou essa sequência de altas na gasolina, algumas variáveis levadas em conta pela empresa para seguir a paridade de importação foram na direção contrária.
O dólar caiu de quase 6 reais, no início de maio, para 5,36 reais (queda de cerca de 10%), enquanto o petróleo Brent subiu mais de 40% no mesmo período, para cerca de 43 dólares o barril.
As vendas de gasolina no Brasil fecharam o mês de junho com queda de 7,6% ante o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pelo governo na véspera. Mas ainda assim o recuo na demanda é bem menor do que o visto no momento em que as medidas para combater o coronavírus exigiam maior isolamento.
Com o reajuste, o preço médio da gasolina nas refinarias da Petrobras vai para 1,6577 real por litro, maior valor desde 29 de fevereiro.
O presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sergio Araujo, disse que, para a gasolina, a defasagem ante o produto importado será reduzida, mas ainda existe em vários pontos, variando de 0,081 real/litro em Itaqui (MA) a 0,004 real/litro em outros portos do Nordeste.
A Petrobras já havia elevado a gasolina em 3% na última quinta-feira, quando também aumentou o diesel em 6%.
O preço médio do diesel da estatal, por sua vez, está em 1,6017 real, maior nível desde o final de março, segundo dados compilados pela Reuters.
Ainda assim, o diesel da estatal segue com defasagem ante a cotação externa, de cerca de 20 centavos de real em alguns pontos, segundo a Abicom.
A Petrobras não revela seus cálculos de paridade de importação, que consideram também os custos que importadores teriam, como transporte e taxas portuárias.
Em relação às mínimas do ano, registradas entre final de abril e meados de maio, o diesel da Petrobras tem alta de 22,5%.
Segundo dados do governo, a comercialização de diesel no Brasil registrou queda de 2,4% em junho na comparação com igual período do ano passado, um recuo bem inferior aos níveis vistos nos piores momentos da redução da demanda.