PARCERIAS PARA FORTALECER

“Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado, com certeza vai mais longe”.

            Este pensamento de Clarice Lispector, festejada escritora brasileira nascida na Ucrânia, encaixa-se perfeitamente na vida empresarial, permitindo-nos, aqui, enfocar três pontos: associativismo, conhecimento e parceria.

            O associativismo favorece relacionamentos, com outros empresários, formando ou ampliando rede de contatos de trabalho, a tão falada net work, e o intercâmbio de conhecimentos e potencialidades.

            A participação em associação de classe, sindicato patronal o empresário fortalece a representatividade do seu segmento, para defesa dos interesses comuns, onde e quando necessário. Note-se que não estou falando em apenas filiar-se e pagar uma contribuição, mas sim em participar, manifestar-se, ser presente.

O conhecimento empírico, ou seja, aprender fazendo, é muito demorado, e pode custar caro pelos erros que podem ocorrer. Aprender com o conhecimento de outros, embasar a prática na teoria é caminho mais seguro.

Certa vez fiquei boquiaberto com a afirmação de um empresário que acha treinamento perda de tempo, que a vai pessoa vai e volta do mesmo jeito, sem aprender nada. Pode até ser, dependendo do treinamento e do interesse da pessoa. Se treinamento não está focado na área de trabalho do treinando, realmente pode ser desperdício.

Além do treinamento propriamente dito, que interessa diretamente à empresa, deve ser estimulado o desenvolvimento intelectual, inclusive formação acadêmica, que certamente repercutirá na sua autoestima. Grandes corporações até pagam, integral ou parcialmente, cursos para os seus colaboradores, certamente com objetivo final de obter melhor contribuição da pessoa, direta ou indiretamente. Como diz o dito popular “uma mão leva a outra”.

De certo tempo para cá, tem-se enfatizado a importância de parcerias, da sinergia de forças, cada qual participando com o que pode oferecer, a fim de todos sejam mais fortes, maiores, e ganhem mais.

Alguém poderá dizer: no meu negócio eu não tenho parceiros. Qual a resposta? Não tem porque não quer, ou melhor, não utiliza as parcerias porque não quer ou não enxerga. Elas estão à sua volta.

Muitas são as instituições parceiras que disponibilizam oportunidade de treinamento e desenvolvimento, como Sebrae, Senac, Senai. Há também similares, como Sesc, Sesi, por exemplo, que colocam lazer e assistência à disposição de trabalhadores e seus familiares. E o que o empresário tem com isso? Tudo! Lazer, vida saudável, bem estar pessoal e da família do trabalhador tem influência direta na sua produtividade e no relacionamento no ambiente de trabalho, na empatia e cooperação entre os trabalhadores.

            Outro exemplo de parceiro, o contador, que nem sempre é bem utilizado pela empresa. No âmbito de microempresas e empresas de pequeno porte não é raro vermos estes profissionais serem tidos como uma estrutura que serve apenas para atender exigências legais, obrigações fiscais e trabalhistas, graças à diversidade e quantidade de informações e impostos sobre as empesas, que parecem uma Torre Babel.

            Nas grandes corporações, entretanto, o setor de contabilidade é um parceiro muito bem aproveitado pelos outros departamentos, na orientação de rumos, objetivando suavizar a carga tributária, claro, sem cometimento de ilegalidades, e para evitar cometimento de erros que possam resultar em notificação ou multa.

            Tomemos como exemplo duas situações. Uma empresa de serviços quer diversificar suas atividades, acrescentando comércio. O que é melhor, abrir uma filial ou constituir outra empresa? Tanto faz? Não! O seu parceiro contador vai analisar a situação tributária de cada um dos segmentos, comércio e serviço, sujeitos a tributação diferente, para orientar qual a situação mais vantajosa. Claro, o empresário que decide o que prefere.

Outro exemplo: Para instalar uma pequena indústria no Tocantins, é melhor enquadrar-se no Simples Nacional, ou utilizar o benefício fiscal do Proindústria que o estado oferece, visto que não é possível usar os dois benefícios? Novamente entra em cena o parceiro contador, para calcular, avaliar e apontar como o efeito tributário será menor.

Em shopping center temos bom exemplo de parceria empresarial, embora compulsória, estabelecida pelo shopping, que promove grande sinergia entre empresas. Muitas lojas com variedade de produtos, localizadas em pontos definidos conforme orientação de marketing, a fim de atrair grande número de visitantes, potenciais compradores, resultando em mais vendas para todas.

Médicos, advogados, engenheiros, arquitetos, dentre outros profissionais, comumente trabalham em sistema de parceria, formando grupo com diversas especialidades da sua área profissional, a fim de oferecer atendimento amplo a seus clientes, e por conseguinte potencializar sua capacidade de atendimento.

Então, quem são seus parceiros atuais ou potenciais? Como estreitar, fortalecer parcerias de modo que todos ganhem? Mãos à obra!

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