Palmas: a nova gestão e seus primeiros passos

Avaliar uma gestão que mal começou é um exercício tão incerto quanto prever o clima em pleno cerrado. Com apenas dez dias no comando, é cedo para julgamentos definitivos. No entanto, os primeiros sinais emitidos pela nova administração municipal de Palmas são promissores. Há, até aqui, uma percepção de que o novo prefeito está determinado a transformar a cidade em um lugar do qual os moradores possam genuinamente se orgulhar.

Essa busca por uma cidade bem cuidada vai além do estético. Pintar meios-fios, zelar por calçadas, aparar árvores e melhorar o asfalto não são apenas “pão e circo”, como alguns críticos apressadamente podem alegar. Esses cuidados refletem uma gestão que entende seu papel, assim como um bom síndico cuida do condomínio. Palmas precisa de atenção aos detalhes, e a nova administração tem demonstrado disposição para fazer isso acontecer.

Um aspecto que merece destaque é a atenção dada à infraestrutura, em especial ao transporte público. Embora muitas propostas ainda estejam no campo das promessas, é louvável que já exista um movimento para reestruturar o sistema, considerando parcerias público-privadas para otimizar a operação e reduzir o tempo de espera. A ideia é tirar o transporte público das mãos ineficazes do poder estatal e passá-lo para a gestão privada, com o município assumindo um papel regulador. Caso essa estratégia seja bem executada, Palmas pode finalmente oferecer um transporte digno, reduzindo até mesmo os altos índices de acidentes envolvendo motociclistas – um reflexo da atual ineficiência do sistema público.

Outro ponto animador é a valorização da cultura e da economia local. Feiras livres, mercados e eventos culturais são fundamentais para fortalecer o comércio, movimentar a economia e tornar a cidade mais viva e humana. A gestão parece ter percebido que uma cidade funcional é também uma cidade que respira cultura e interação comunitária.

Como já alertavam pensadores como Friedrich Hayek, uma boa gestão pública é aquela que compreende suas limitações e deixa espaço para a sociedade prosperar. Em outras palavras, o papel do governo não é centralizar todas as ações, mas criar um ambiente no qual as iniciativas privadas e comunitárias possam florescer. Ao priorizar parcerias-público-privadas em vez de uma intervenção excessiva, a nova administração municipal parece, ao menos em intenção, estar alinhada com essa visão.

Adicionalmente, é válido lembrar uma lição de Edmund Burke, que dizia que uma sociedade só prospera quando aqueles no poder entendem que são guardiões temporários de um legado muito maior do que eles próprios. Burke defendia que os governantes têm o dever de preservar e melhorar aquilo que lhes foi confiado, pensando não apenas no presente, mas também nas gerações futuras. Esse senso de responsabilidade deve guiar a gestão atual de Palmas, garantindo que as ações de hoje deixem um impacto positivo e duradouro.

É claro que toda essa boa vontade inicial precisa ser traduzida em ações concretas. O tempo dirá se essas promessas se concretizarão ou se ficarão perdidas no limbo das intenções políticas. De qualquer forma, a mensagem inicial da nova gestão é clara: há muito a fazer, mas existe uma intenção palpável de fazer bem feito.

Que os cidadãos de Palmas possam, no futuro próximo, se orgulhar não apenas das palavras, mas também dos resultados. Por enquanto, resta torcer para que as promessas sejam cumpridas de maneira honesta e eficiente, refletindo diretamente em uma cidade que inspira orgulho e satisfação aos seus habitantes.

Alex Andrew

Presidente da juventude do partido NOVO-TO

Coordenador do projeto sextas na cidade