“Eu não como dólar.” Essa frase poderia ser o título de um poema sobre o autossabotador brasileiro. Aparentemente, alguns pensam que o aumento do dólar é um problema exclusivo dos ricos de Miami ou dos barões da Faria Lima. Mas, por trás do pãozinho mais caro e do combustível que ameaça o orçamento das famílias, está a inconfundível assinatura do governo federal, liderado por ninguém menos que nosso chefe-mor, aquele mesmo que durante mais de décadas tem sido como o ópio de muitos intelectuais.
Quando o dólar sobe, as cidades murcham. O trigo do pãozinho é importado e negociado em dólar; logo, nosso humilde café da manhã vira artigo de luxo. Os combustíveis, por sua vez, seguem a cotação internacional do petróleo, que, claro, também é calculada na moeda americana. Resultado? Transporte mais caro, inflação alta e uma população se equilibrando no fio da navalha enquanto o governo federal se perde em discursos nostálgicos de outrora.
Agora, claro, os apóstolos da fé pública vão dizer que o problema não é do governo, mas da “conjuntura global”. Culpa do Trump, do Xi Jinping, talvez até do Papa. A verdade, no entanto, está bem aqui: um descontrole fiscal monumental, embalado pela retórica populista, que prefere demonizar o mercado e fingir que o real é tão forte quanto o otimismo de Brasília.
Nelson Rodrigues já dizia: “O subdesenvolvimento não se improvisa; é obra de séculos.” No Brasil, esse subdesenvolvimento encontra em Lula um artista dedicado. Enquanto o país patina, ele entrega um show de gastos públicos desnecessários, alimentando o monstro da dívida interna e enchendo os ouvidos da militância com promessas de um futuro que, sabemos, nunca chega.
Lourival Junior, jurista e entusiasta em ciências econômicas, destacou recentemente que “o impacto do dólar alto transcende as discussões acadêmicas. Ele está no pãozinho da manhã, nos combustíveis, e, acima de tudo, no orçamento das famílias mais pobres. O descontrole fiscal não é apenas uma questão técnica; é um problema ético que revela o descaso com a população mais vulnerável.” Lourival não poderia estar mais certo: a alta do dólar é um reflexo direto da má gestão e da falta de prioridades.
E os liberais austríacos, o que diriam? Ludwig von Mises e Murray Rothbard já previram este espetáculo: um governo que sufoca o mercado, torra dinheiro como se fosse papel de rascunho e depois se diz perplexo diante da inflação galopante. Esses economistas avisaram que a prosperidade vem do mercado livre, da moeda estável e de um Estado enxuto. Aqui, fazemos o oposto. E adivinhe quem paga a conta? Sim, aquele que “não come dólar”.
A cereja desse bolo amargo é o impacto urbano. Com o dólar alto e os juros da Selic nas alturas, construtores e investidores preferem aplicar em títulos seguros a apostar em novas habitações. As cidades, por sua vez, viram desertos de oportunidade, com menos casas, menos empregos e mais desigualdade. Mas, claro, tudo isso é culpa da “burguesia”.
O governo federal, com sua economia de fantasia e suas promessas de “desenvolvimento social”, demonstra uma habilidade impressionante em um campo específico: o de transformar problemas econômicos em tragédias humanitárias. E enquanto isso, o brasileiro segue tentando equilibrar as contas, pagar o pão e torcer para que o combustível dure até o fim do mês.
No final das contas, talvez Nelson Rodrigues tenha mesmo acertado. Este país não é para amadores. Aqui, o problema não é apenas o dólar alto, mas uma política que transforma o cotidiano em um exercício de sobrevivência e ironia. E Lula? Ele segue sorrindo, como se o real fosse mais forte que a realidade.
Alex Andrew
Presidente da Juventude do Partido NOVO-TO
Coordenador do projeto sextas na cidade
@eualexandrew