Enquanto uns choram, outros vendem lenços. Mas, no caso do Mercado Livre, a varejista online também vende cadeiras, roupas, utensílios domésticos, enfim, uma infinidade de itens para todas as ocasiões. Não é por um acaso, portanto, que em tempos de distanciamento social a companhia tenha se tornado a mais valiosa da América Latina, ultrapassando gigantes como Vale, Petrobras e Itaú Unibanco, de acordo com levantamento da Economatica. O Mercado Livre vale 60,6 bilhões de dólares – mais do que o valor de mercado da Magazine Luiza e da WEG combinados.
No ano, as ações do Mercado Livre, negociadas na Nasdaq, acumulam alta de 108,95%.
“Acreditamos que o Mercado Livre terá um trimestre muito mais forte no Brasil do que o esperado inicialmente”, diz o Bradesco, em relatório. As vendas gerais do Meli devem subir 4 bilhões de reais, mais do que outros concorrentes, que devem ganhar de 3 bilhões a 3,5 bilhões de reais a mais nas receitas no trimestre.
A aceleração do comércio eletrônico não é o único impacto positivo da pandemia para a empresa. Consumidores também se voltaram para os meios de pagamento digitais. Por isso, o banco acredita que a divisão Mercado Pago deve ter um trimestre forte na Argentina, país no qual pequenas lojas de bairro intensificaram o uso de meios de pagamento digitais.
O lançamento do PIX, estrutura de pagamentos instantâneos do Banco Central no Brasil, também pode ajudar a companhia. “Agora acreditamos que a oportunidade de uma adoção maior do e-commerce, facilitada pelo PIX, é maior do que o risco de novos entrantes”, diz o banco em relatório.
No primeiro trimestre, o faturamento da companhia cresceu 70,5%, desconsiderando fatores cambiais. No Brasil, que representa 60,9% do total da receita líquida da companhia, a expansão foi de 54,8% em moeda local.
A base de clientes do Mercado Livre também teve aumento de 45% entre o fim de fevereiro e o início de maio em relação o mesmo período de 2019. Apenas no Brasil, o crescimento foi de 2,6 milhões entre novos usuários e clientes que voltaram a fazer compras na plataforma.
De acordo com dados Similarweb divulgado em relatório do BTG Pactual, o site do Mercado Livre também é o mais acessado do Brasil entre os de compras digitais, com cerca 265 milhões de visitas mensais. Em maio, a quantidade de visitas de usuários do país dos sites dos grupos B2W, Magazine Luiza e Amazon foram de 192,7 milhões, 117 milhões, 110 milhões e 72,8 milhões, respectivamente.