As notícias vindas dos Estados Unidos nesta semana não foram boas para os produtores brasileiros de soja e de milho.
A primeira estimativa de plantio do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indica que os americanos vão semear 8% mais soja e 1% mais milho nesta safra 2021/22.
Como ocorre no Brasil, a soja e o milho têm grande importância para a agricultura dos Estados Unidos, e as safras destes produtos poderão ser recordes. A área com soja a ser semeada a partir do próximo mês sobe para 36,4 milhões de hectares, 8% mais do que a do ano passado. A de milho vai a 37,2 milhões, 1% mais. Soja e milho vão ocupar uma área recorde de 73,7 milhões de hectares.
É ainda uma primeira sinalização de plantio, mas, se concretizada e o clima for favorável, poderá render 380 milhões de toneladas de milho e 124 milhões de soja, segundo cálculos da AgRural.
A opção por essas commodities ocorre porque os preços estão elevados, a demanda externa é forte e os estoques internos do país, principalmente os de soja, estão baixos.
Os americanos devem chegar ao final de agosto com apenas 3,3 milhões de toneladas de soja, o suficiente para dez dias de consumo.
A intenção de plantio dos americanos não atrapalha as negociações brasileiras neste ano. Pelo menos 60% da soja que está sendo colhida no Brasil já foi comercializada, a demanda externa continua forte, e o mercado está enxuto. Até setembro, só o Brasil terá soja no mercado.
A estimativa de uma safra recorde nos Estados Unidos neste ano, porém, elevará a oferta da oleaginosa no mercado externo no próximo.
Só a soja deverá render US$ 27,4 bilhões, graças à China. Os chineses vão gastar US$ 31,5 bilhões nos EUA neste ano fiscal de 2021/22 com a compra de produtos agropecuários. No ano anterior, devido à guerra comercial, haviam sido apenas US$ 17 bilhões.