Mais da metade dos brasileiros poderá ser elegível para receber o auxílio emergencial de 600 reais anunciado pelo governo por três meses à população mais vulnerável, em meio à pandemia do coronavírus, de acordo com estudo divulgado pela Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado.
A medida vai gerar uma das principais despesas primárias associadas ao combate à pandemia em 2020, mas seu valor total ainda é incerto, segundo o IFI, porque depende da evolução da taxa de desemprego e da renda da população no decorrer de maio e junho.
As pessoas elegíveis para receber o socorro são trabalhadores informais, autônomos de baixa renda e beneficiários do Bolsa Família. Parte dessa população já estava inscrita no Cadastro Único, base de dados para participação de programas sociais, e já foi facilmente mapeada pelo governo. Os demais vêm se cadastrando pelos canais digitais da Caixa Econômica Federal. Esse último grupo é mais difícil de ser identificado e pode crescer, caso a economia se deteriore ainda mais nos próximos meses.
Em 30 de abril, o total de elegíveis desses três grupos atingiu 50,5 milhões de pessoas (quase todos já receberam a primeira parcela do benefício), mas pode chegar a 112 milhões nos próximos meses, pela previsão do IFI, o que corresponde a mais da metade dos 211,5 milhões de cidadãos brasileiros.
O relatório destaca que, até terça-feira, ainda estava sendo verificada a elegibilidade de aproximadamente 18,6 milhões de cadastros realizados via aplicativo ou site da Caixa. Além disso, ainda deve haver elegíveis por se cadastrar: “Pessoas em situação mais vulnerável que a média, e que não conseguiram acesso à internet, por exemplo”, diz a nota técnica do IFI.
O Instituto trabalha com um cenário base que considera um número menor de beneficiários, de 79,9 milhões, com um gasto total de 154,4 bilhões de reais em três meses. A estimativa não leva em conta a possibilidade de o prazo de concessão do auxílio ser estendido.