O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira, 25, não ter dúvidas de que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, cometeu crime durante a atuação no combate à pandemia do coronavírus. O deputado defende a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar omissões do ministro à frente da pasta.
“Tenho defendido a CPI da Saúde porque, se nós tivéssemos a prerrogativa do impedimento de um ministro, que não é nossa, não tenho dúvida que já tem crime. Pelo menos o ministro da Saúde já cometeu crime, não tenho dúvida nenhuma”, disse Maia, em entrevista coletiva. Não cabe ao Congresso discutir o impeachment de ministros de Estado por atos que não tenham relação com o presidente da República.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a abertura de um inquérito para apurar a conduta do ministro diante do colapso do sistema de saúde do Amazonas. No estado, o alto número de casos de internação devido à covid-19 resultou em falta de oxigênio nos hospitais e, como consequência, foram registradas mortes por asfixia.
Maia acredita que é preciso investigar a “irresponsabilidade do tratamento precoce” proposto pelo ministério, a falta de respostas à Pfizer e o fato de a pasta não ter se aliado ao Instituto Butantan para acelerar a produção da vacina contra a covid-19. “Tudo isso caracteriza crime, e a PGR já está investigando”, disse o presidente da Câmara. Em relação à vacina da Pfizer, o governo admitiu neste sábado, 23, ter recusado oferta do laboratório.
“Se o ministro da Saúde não respondeu a Pfizer, é crime conta a população brasileira. Não ter respondido a Pfizer, ter tratado de forma irrelevante o alerta da Pfizer, para mim, é crime. Só que os crimes precisam ser investigados, por isso defendo que instale a CPI, para que possa ter argumentos para dizer de quem são as responsabilidades dessa questão”, concluiu Maia.