Após um ano parada na pandemia, a diarista Cláudia de Jesus Melo Silva acreditava que, com a volta das faxinas, conseguiria neste fim de ano trocar a TV por uma maior, de 40 polegadas. Também planejava comprar uma fritadeira elétrica. Mas a inflação devorou seus sonhos de consumo.
Mãe de cinco filhos, ela e o marido, que faz bico de pintura, somam cerca de R$ 2 mil por mês. Pouco sobra para gastos além do básico.
O aperto inesperado provocado pela disparada da inflação pelo qual a família de Cláudia e milhões de outras passam afeta o mais importante trimestre do ano para o varejo, o da Black Friday e do Natal. A piora em inflação, juros e renda deve retirar R$ 44,7 bilhões das vendas no período em relação ao cenário mais favorável projetado no começo do ano. É o que revela estudo feito, a pedido do Estadão, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).