Programada para acontecer na segunda-feira (1°), a greve dos caminhoneiros já tem o apoio de entidades e sindicatos da categoria.
Apesar do apelo público do presidente Jair Bolsonaro para que os motoristas não fizessem a paralisação, o Conselho Nacional de Transportes Rodoviários de Cargas (CNTRC) enviou um ofício ao governo confirmando o movimento para segunda, caso os pedidos da categoria não sejam atendidos. A entidade diz ter 40 mil afiliados em 22 estados brasileiros.
Outro apoio confirmado para paralisação de segunda é da Associação Nacional de Transporte do Brasil (ANTB). O presidente da entidade, Jose Roberto Stringascida, explica que a política de preço dos combustíveis é um dos pontos que motivam a reivindicação da categoria.
“O reajuste no preço [do combustível] precisa ser no mínimo a cada seis meses. O ajuste semanal torna impossível o trabalho dos caminhoneiros”, disse.
As principais exigências dos caminhoneiros é que tenham uma aposentadoria especial, um piso mínimo estabelecido para frete e fiscalização mais atuante da Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT).
Nesta semana, a Petrobras anunciou mais um reajuste de 5% no preço da gasolina. O combustível já acumula alta de 13,4% neste ano. O diesel também vai sofrer aumento de 4,4%.
Redução de impostos
Na quarta-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro anunciou que, em breve, reduziria o PIS/Cofins que incide sobre o diesel. Na ocasião, também apelou para que os governos estaduais abaixassem as alíquotas do ICMS.
Fontes disseram que o ministro da Economia, Paulo Guedes, vem dizendo que a ideia é “atenuar” o recente aumento no preço do diesel na bomba, e não zerar completamente os dois impostos
Em nota, o Ministério da Infraestrutura afirmou que “não há uma única entidade de classe representativa para falar em nome do setor”, e que “que qualquer declaração feita em relação à categoria corresponde apenas à posição isolada de seus dirigentes”.
“Nenhuma associação isolada pode reivindicar para si falar em nome do transportador rodoviário de cargas autônomo e incorrer neste tipo de conclusão compromete qualquer divulgação fidedigna dos fatos referentes à categoria”, afirma a pasta em nota.
O ministério alega também que “há uma agenda permanente de diálogo com as principais entidades representativas da categoria por meio do Fórum do Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), além de reuniões constantes com lideranças da categorias”.
“O restabelecimento do fórum, desde 2019, tem sido o principal canal interativo entre governo e setor e qualquer associação representativa que deseje contribuir para a formulação da política pública pode requerer a sua participação para discutir eventuais temas de interesse da categoria”, disse o Ministério da Infraestrutura.