Governo uruguaio atrai argentinos ricos que fogem da crise

A crise argentina vem causando atrito entre os governos conservador de Luis Alberto Lacalle Pou, do Uruguai, e o peronista Alberto Fernández, da Argentina. A pandemia afetou as exportações argentinas e interrompeu o turismo, minguando os dólares. Aos problemas de caixa, Fernández reagiu com aperto fiscal e um projeto de taxar grandes fortunas, aprovado pelos deputados na semana passada. Do outro lado do Rio da Prata, Lacalle Pou acena com incentivos para atrair argentinos ricos.

Ciente da crise no país vizinho, o presidente do Uruguai propôs, em junho, um projeto para facilitar o assentamento de estrangeiros ricos, de olho nos milionários argentinos que desejam mudar a sede das empresas para um ecossistema econômico mais confiável, com menos impostos e perto de casa.

Aprovado pelo Congresso em agosto, o decreto de Lacalle Pou baixou o teto para o estrangeiro que quiser se qualificar como residente. Agora, eles precisam comprar um imóvel de no mínimo US$ 380 mil – antes era de US$ 1,7 milhão. Para empresários, o investimento inicial foi cortado de US$ 5,5 milhões para US$ 1,6 milhão. A isenção de parte dos impostos duplicou, de cinco para dez anos. Além disso, a obrigação de passar um tempo no país baixou de seis para dois meses.

De acordo com a revista britânica The Economist, 20 mil argentinos já teriam dado entrada em pedidos de residência no outro lado do Rio da Prata. Fernández reagiu ao êxodo, determinando que os argentinos que se mudarem terão de viver no Uruguai por pelo menos seis meses do ano, podendo ficar apenas 90 dias na Argentina.

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