Comandada por Gedeon Pitaluga, a atual gestão da OAB-TO (Ordem dos Advogados do Brasil no Tocantins) apagou do site oficial todas as notícias das administrações anteriores, deixando apenas as do atual mandato, iniciado em janeiro de 2019. Para a chapa de oposição Ordem na Casa, liderada pela candidata a presidente Ester Nogueira e pelo vice Jander Araújo, a prática é um claro desrespeito a memória da Ordem e foi feita com objetivo eleitoreiro.
“Mais uma vez, Gedeon age sem qualquer princípio republicano, desrespeitando todos os colegas que se dedicaram à instituição nos mais de 30 anos de Ordem. A postura é típica de quem não lida bem com a democracia e a verdade histórica, uma vez que usa a OAB-TO como um feudo pessoal, para obter benefícios e proteção”, destacou a candidata ao Conselho Federal, Graziela Reis, ao lamentar o fato.
Conforme a chapa Ordem na Casa, que ingressou nesta quarta-feira, 20 de outubro, com uma representação solicitando o imediato restabelecimento de todas as notícias ou, então, a retirada do site da OAB do ar até depois da eleição do dia 16 de novembro, a atitude da atual gestão tem alto potencial de influência na disputa, tendo em vista que apenas as ações divulgadas pelo atual presidente podem ser consultadas pelos eleitores-advogados. Por isso, a representação tem pedido de liminar para que seja apreciada imediatamente.
Encaminhado ao presidente da Comissão Eleitoral da OAB-TO, Valcy Barbosa Ribeiro, o documento também pede que seja cassado o registro de candidatura de Gedeon Pitaluga e sua chapa pela prática de abuso de poder político e abuso dos meios de comunicação.
A defesa da democracia
Na representação, assinada por Ester Nogueira e Luiz Renato Provenzano, os oposicionistas destacam o potencial eleitoral do ato praticado pela gestão comandada por Gedeon. “Quanto mais tempo o site da OAB/TO estiver ‘no ar’ somente com matérias institucionais relacionadas à gestão do presidente Gedeon Batista Pitaluga Júnior, maior será o benefício eleitoral do representado em detrimento das demais candidaturas e chapas. Ademais, as eleições estão marcadas para o dia 16 de novembro de 2021, ou seja, o tempo de campanha, apresentação das propostas e do trabalho prestado é curto, e o fato de um determinado candidato contar com o apoio do site institucional da OAB/TO para divulgação exclusiva dos seus feitos, gera nítido desequilíbrio eleitoral, que pode trazer prejuízos irreversíveis para as demais candidaturas”, frisa o texto.
Além disso, a Chapa Ordem na Casa afirma que o atendimento ao pleito oposicionista é necessário para aquilo que é um dos pilares da Ordem dos Advogados do Brasil: a defesa da democracia. “Diante da demonstração do abuso de poder político e do abuso dos meios de comunicação por parte do Presidente da OAB/TO e candidato à reeleição, a concessão de medida liminar para o restabelecimento da lisura e equilíbrio das eleições é medida que se impõe no caso concreto, a fim de resguardar o regime político constitucional da federação: a democracia”, pontua a peça.