Trabalhar em casa é o sonho de muita gente, principalmente para quem vive em grandes metrópoles e precisa enfrentar horas no trânsito ou no transporte público. Na capital paulista, por exemplo, uma pessoa passa em média cerca de 1h47 no deslocamento entre casa e trabalho, de acordo com pesquisa realizada em 2019 pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope.
Todo esse tempo poderia ser utilizado para outras atividades, como ficar mais com a família, praticar atividades físicas ou concentrar esforços nos resultados do próprio negócio. Com a pandemia provocada pelo novo coronavírus e a necessidade de distanciamento social, a ideia de trabalhar em casa ganha força, e encontra nas microfranquias uma possibilidade de obter renda em um período de crise e alta no desemprego – e sem investir muito capital, afinal é possível encontrar diversas opções no mercado com investimento inferior a 5 mil reais.
Dados da pesquisa “Microfranquias”, divulgada em 2019 pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), mostram que o número de marcas atuando com modelos mais econômicos cresceu 14% nos últimos quatro anos, passando de 557 em 2016 para 674 em 2019. Os destaques vão para os segmentos de serviços e de saúde, beleza e bem-estar. Entre 2018 e 2019, o primeiro cresceu 34%, enquanto que o segundo subiu 21%.
Dono de uma franquia Home Angels, especializada em cuidadores de idosos, o empreendedor Leonardo José Lima conta que sempre operou a maior parte do negócio de casa, na Mooca, zona leste de São Paulo. Aluga um espaço de coworking apenas para processos seletivos de novos cuidadores ou para quando um cliente quer conhecer a empresa. Durante a atual crise do novo coronavírus, viu sua cartela de clientes cair, principalmente entre os meses de março e abril, porém fechou maio com seu recorde de clientes ativos desde 2018, ano que iniciou as atividades.
“Tivemos quedas pontuais normais em virtude de alta hospitalar e falecimentos, assim como contratos suspensos por conta da pandemia, já que os familiares passaram a ficar mais próximos dos idosos em casa”, explica.
A retomada em maio, segundo Lima, se deu tanto pela reativação de contratos quanto pela gestão de marketing digital, que teve o apoio do Sebrae. “Ações com o Google e o posicionamento da minha franquia no Instagram e Facebook ajudam muito. O Google traz clientes diretos, e nas redes sociais recebo muitas indicações de clientes por meio de amigos”, comemora. Hoje com 14 contratos ativos, Lima tem como meta chegar a 20 contratos até dezembro. Uma franquia da Home Angels começa a partir de 25 mil reais.