Força-tarefa da Lava Jato de Curitiba chega ao fim

A força-tarefa da Lava Jato em Curitiba deixou de existir oficialmente na última segunda-feira (1), após quase sete anos de trabalho e 79 operações. Quatro de seus membros serão integrados ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) instituído no Ministério Público Federal do Paraná, com mandatos até agosto de 2022, para garantir a continuidade das investigações em curso. A equipe é composta ainda por mais cinco procuradores. Eles trabalharão sem dedicação exclusiva aos processos.

Desde 2014, a Lava Jato abriu 79 fases e condenou 174 pessoas. Entre elas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e o ex-governador do Rio Sérgio Cabral – além de diversos atores políticos das últimas décadas como José Dirceu e Antônio Palocci. Segundo o MPF, R$ 4,3 bilhões foram devolvidos aos cofres públicos por meio de acordos de colaboração premiada e de leniência.

O fim da operação foi determinado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, indicado para o cargo pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), crítico da Lava Jato. O anúncio ocorre na mesma semana em que o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o sigilo das conversas entre procuradores da operação Lava Jato e o ex-juiz federal Sergio Moro obtidas na operação Spoofing. Em setembro do ano passado, o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa, deixou a operação alegando questões pessoais.

Casuísmo

O líder do governo Bolsonaro na Câmara Federal, deputado paranaense Ricardo Barros (PP), afirmou ontem que a prisão após condenação em segunda instância foi um artifício criado oportunísticamente pela força-tarefa da Lava Jato para tirar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da eleição presidencial de 2018. “Nunca teve prisão em segunda instância no Brasil. Só teve para prender o Lula e tirá-lo da eleição. Casuísticamente, uma interpretação de 6 a 5 no Supremo Tribunal Federal. Na Constituição brasileira fala assim: ‘ninguém será considerado culpado até trânsito em julgado”, afirmou Barros, em entrevista à rádio CBN.

“A prisão em segunda instância foi um casuísmo que a Lava Jato construiu para tirar o Lula da eleição. Se o Lula deve ou não deve, isso é outra questão”, disse o líder de Bolsonaro. Barros também afirmou que promotores e procuradores que cometeram irregularidades devem ser punidos. “Não vamos permitir que as conversas do Intercept da Lava Jato que foram autenticadas pelo ministro Lewandowski desapareçam. São crimes expressos cometidos pela quadrilha da Lava Jato”, criticou. “A lei é para todos. Para os deputados, para senador, para juiz e para promotor que cometeu crimes no exercício da sua função. Não podemos ter os inimputáveis”, defendeu o parlamentar.DESCONTO DE SPECIAL 

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