Governos europeus já perceberam que terão que conviver com programas de ajuda para salvar empregos e empresas por mais tempo do que se pensava e impedir que a economia entre em colapso.
Em todo o continente, programas de licença remunerada que protegeram cerca de 50 milhões de empregos no auge das quarentenas, bem como adiamento de impostos e moratórias de empréstimos, estão sendo estendidos, mesmo com o fim das restrições de mobilidade. O fato é que a sustentabilidade da retomada econômica é incerta. Muitas empresas ainda estão fechadas ou atendendo menos clientes do que antes.
A perspectiva obrigou autoridades a deixarem de lado preocupações com o aumento da dívida para prolongar as medidas para a crise, algumas das quais inicialmente deveriam expirar nesta semana. A alternativa arriscaria um forte aumento do desemprego, poderia assustar consumidores já cautelosos e prejudicar a recuperação.
“Os governos precisam estabelecer um bom equilíbrio entre cortar o apoio e observar o impacto na economia, ou continuar o apoio, talvez com mais generosidade do que o inicialmente previsto, e ver as finanças incharem”, disse Peter Dixon, economista do Commerzbank. “Portanto, é um equilíbrio muito complicado de encontrar. Talvez os governos tenham subestimado a demanda por suporte.”
Outro motivo para manter a cautela é que alguns países enfrentam um ressurgimento do vírus. Os casos aumentaram nos EUA, enquanto a cidade inglesa de Leicester e alguns distritos nos arredores de Lisboa restabeleceram as quarentenas para conter novos focos da pandemia.
Outro motivo para manter a cautela é que alguns países enfrentam um ressurgimento do vírus. Os casos aumentaram nos EUA, enquanto a cidade inglesa de Leicester e alguns distritos nos arredores de Lisboa restabeleceram as quarentenas para conter novos focos da pandemia.
Para os governos, a alta incerteza significa que provavelmente terão que ajustar seus esquemas de improviso – exatamente como fizeram quando foram lançados alguns meses atrás.
“Com o passar do tempo, teremos mais evidências e será o momento em que poderemos adaptar os instrumentos de política econômica”, disse o economista-chefe do Banco da Espanha, Oscar Arce. “Temos que esperar um pouco mais”, acrescentou, “para ver como será a perspectiva”.
(Com a colaboração de Dara Doyle, Boris Groendahl, Alessandra Migliaccio, Alessandro Speciale, Joao Lima, Sotiris Nikas, Joost Akkermans, William Horobin e Zoe Schneeweiss).ALEMANHA