O auxiliar de cozinha Alexe Pereira da Silva, 48 anos, vive uma mistura de sentimentos após o tratamento e recuperação da covid-19. Ele faz parte dos 76 recuperados da doença, até o momento, em Araguaína.
Se por um lado está feliz e aliviado por ter vencido a doença, por outro, vive a tristeza e o temor da exposição negativa, discriminação e preconceito das pessoas. “Levei um susto quando vi fotos minha sendo compartilhadas nas redes socias e mais ainda, associando meu nome e minha imagem de forma negativa, divulgando com mentiras todo processo que vivi, como se eu fosse uma ameaça para a cidade”, contou Alexe.
Diagnóstico
Alexe começou a sentir os primeiros sintomas no dia 24 de abril, sendo submetido ao teste da covid-19 logo depois. A partir daí, por recomendação da Secretaria Municipal da Saúde, já iniciou o isolamento domiciliar. Com resultado positivo, Alexe seguiu no isolamento e sendo monitorado pela Equipe de Resposta Rápida do Município, compostas por multiprofissionais, entre eles psicólogos.
“Graças a Deus não tive evolução de sintomas, cumpri os 14 dias de isolamento em um quarto aqui de casa e todos os dias a equipe da Prefeitura falava comigo por telefone para saber como estava, até o dia em que recebi a alta”, disse o auxiliar de cozinha.
Tratamento
De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica do Município, Regina Adriana dos Santos, o isolamento domiciliar durante 14 dias é a forma de tratamento indicada para o paciente positivo com sintomas leves da doença. Após a alta, a pessoa não apresenta mais o risco de transmissão da doença.
“Quando o paciente começa a perder os sinais e sintomas da doença, é um indício de que está havendo a diminuição da quantidade de partículas virais. Após os 14 dias, o paciente estando recuperado e cessa o risco de transmissão para outra pessoa, por isso não é necessário o temor, ao contrário, é sinal da vitória dessa pessoa contra o vírus”, destacou a coordenadora.
Exposição
Dias após o recebimento da alta e orientado a seguir o isolamento social, o auxiliar de cozinha recebeu mensagens de amigos informando a divulgação de várias notícias sobre ele, inclusive de que teria fugido de uma unidade hospitalar.
“Eu não tive internado por causa da covid-19, cumpri meu isolamento, conforme o orientado pelo Município e hoje não sinto nenhum sintoma da doença, porém, agora o que dói é o preconceito comigo e a quantidade de pessoas que compartilham mentiras, chega a doer mais que a doença”, concluiu Alexe.
Até o endereço da família foi compartilhado nas redes sociais, aumentando o medo pelo preconceito, discriminação ou outra situação que ponha em risco a vida do auxiliar de cozinha.