E o verão tocantinense chegando e a conta da energia elétrica mais cara em todo o Brasil. Era esperado? Para muitos, não?

Com as usinas termoelétricas acionadas, só há uma garantia. Os custos serão rateados por todos!

E os desafios na área ambiental continuam.

Sorrateiramente, a atmosfera apronta mais uma! “Sempre ela…né?”, “Que azar?”, ’Não tivemos sorte este ano” e as desculpas que se esgotam para justificar o fatídico momento.

Chorar o leite derramado, já não faz muito sentido.

Faltou planejamento? Faltou gestão? Faltou monitoramento? Neste ano? Provavelmente, não.

Os dados do Operador Nacional do Sistema Elétrica (ONS) são assustadores, os reservatórios das hidrelétricas da região Sudeste e Centro-Oeste, que representam mais de 70% da capacidade de armazenamento do País, finalizaram o mês de abril com um nível de armazenamento de 34,7%, em média. Segundo o próprio operador nacional, este é o menor volume registrado para o mês desde o ano de 2015. Ainda em comparação com a série histórica, lá no ano de 2010, o armazenamento chegou a 82% do total da capacidade do reservatório.

Fato é, que há 05 meses nesta mesma coluna escrevi “E as conexões inevitáveis”, onde suscitei que o operador nacional se encontrava preocupado com o regime pluviométrico 2020/2021.

E a conta chegou…Aliás, chegará!   

Entendimento sobre mudanças climáticas, preservação ambiental e práticas sustentáveis remetem sempre ao futuro! Entretanto, no mais tardar deveríamos começar no agora.

A luz da ciência e dos inúmeros documentos sérios publicados ao longo dos últimos 18 anos, demonstram a necessidade de encarar as questões do clima de forma séria e responsável aqui no Brasil. Precisamos fazer a nossa parte.

Secas, crises hídricas, chuvas torrenciais, furacões deverão ficar mais recorrentes no mundo.

Neste ano, o nosso regime pluviométrico foi influenciado pelo fenômeno meteorológico chamado de “La Niña” e o que se registrou em várias regiões do Brasil, foi a falta de chuvas.

Ao norte do nosso continente, já espera-se a maior temporada de furacões.

Contudo, a nossa inercia nas questões climáticas continua contribuindo para o agravamento de várias situações que poderão se tornar irreversíveis se nada for feito.

Entender os mecanismos climáticos e os principais sistemas produtores de chuvas continua sendo imperativo. Quanto mais, melhor.

Então o que falta?

Certamente, mais investimentos no setor da geração de energias limpas (eólica e solar) e nos centros de pesquisas que trabalham com as projeções de cenários de mudanças do clima com o foco no fenômeno seca. Sobretudo, o fortalecimento das ações de convivência e de mitigação dos efeitos do clima, e por fim, no alinhamento das políticas públicas direcionadas as questões ambientais globais.

Em verdade, crises hídricas têm sido recorrentes nos últimos 6 anos e falar que já há um agravamento do problema não seria exagero.

Para muitos, a percepção de que falta chuva em sua região, de que o meio ambiente é a variável mais importante para a manutenção de nossas vidas no globo terrestre, é pouca ou quase nenhuma.

E você continua a se perguntar o quão difícil é oferecer um “serviço” que depende dos céus. E até mesmo o que se poderíamos fazer para evitar tal situação, se o ”homem lá de cima” (o São Pedro) não mandou as chuvas.

Difícil encontrar respostas não é mesmo, mas impossível não é!

Apesar do silêncio ensurdecedor dos efeitos do clima, a atmosfera não muda de forma abrupta. Certamente, ela têm nos mostrado sinais e não estamos sendo capazes de percebê-los!

Prof. José Luiz Cabral

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