No acumulado até o mês de setembro, o volume de importação de fertilizantes atingiu o total de 27,9 milhões de toneladas, 3,8% acima do acumulado do mesmo período de 2021. Como as indústrias adiantaram as compras a partir do início do conflito entre Rússia e Ucrânia e os produtos chegaram dentro da normalidade, a quantidade mensal importada foi maior nos meses de abril a julho, comparada com o mesmo período de 2021.
De acordo com o boletim do Radar Agro atualizado com o monitoramento do fluxo de importações de fertilizantes no Brasil, a disponibilidade dos fertilizantes nos portos aumentou e os volumes negociados diminuíram nos meses subsequentes (agosto e setembro), já que foram registradas chegadas em níveis menores se comparadas com as importações referentes aos mesmos meses de 2021.
A estratégia de antecipação das compras somada à diminuição da demanda interna podem ter contribuído para o aumento dos estoques dos produtos nos portos. As cotações internacionais dos produtos registraram máximas próximas das históricas nos meses de março e abril desse ano, o que contribuiu para o atraso das compras por parte do mercado interno, mesmo num cenário de alto fluxo de chegada dos produtos.
Nos últimos meses, os preços das principais matérias primas retornaram aos níveis pré-guerra, entretanto ainda seguem acima da média histórica, fator que prejudica a retomada da demanda. Desse modo, a ANDA projeta uma queda de 5% a 7% nas entregas domésticas do produto, fator que pode causar um estoque de passagem maior para o Brasil em relação ao que se esperava no início do ano. Quanto ao balanço de O&D, para que as entregas ao mercado sejam aproximadamente 5% menores em relação às de 2021, ainda são necessárias importações de 9,3 milhões de toneladas até o final do ano.Se considerarmos o volume de importação realizado até Set/2022, para alcançarmos um montante de entregas ao mercado 5% menor em relação registrado no ano de 2021, as compras externas até o final de 2022 terão que atingir 9,3 milhões de toneladas.