O endividamento externo, que vinha apresentando expansão desde 2015, mostrou sinais de arrefecimento em 2019. Com a finalidade de identificar as causas desse movimento, analisou-se a evolução do estoque de dívida externa das empresas de acordo com a natureza de cada operação. Identificou-se, então, que houve crescimento nas operações intercompanhia e recuo nas demais operações. Em seguida, as firmas foram separadas em três grupos, de acordo com a composição do saldo da dívida externa em 2018 e 2019, considerando: i) exclusivamente operações intercompanhia; ii) exclusivamente demais operações; e iii) ambos os tipos de operações. Conclui-se que as empresas do primeiro grupo se financiam principalmente através da dívida externa, e mantiveram sua dívida interna praticamente estável no período considerado. Já as empresas do segundo grupo têm o mercado doméstico como principal fonte de recursos e aumentaram sua dívida nesse mercado em montante superior à queda no mercado externo, com alguma evidência de substituição de dívida externa por interna. O terceiro grupo mostrou comportamento similar ao primeiro: o movimento de dívida externa se sobrepôs ao da dívida interna.