Datafolha: 73% dizem apoiar voto em urna eletrônica

Pesquisa Datafolha, divulgada neste domingo (3.jan.2021), mostra que 73% aprovam o sistema de voto em urna eletrônica.

Na opinião de 23%, o voto em papel, abandonado nos anos 1990, deveria voltar a ser usado. Outros 4% responderam não saber.

A pesquisa foi realizada de 8 a 10 de dezembro. O Datafolha ouviu 2.016 brasileiros adultos em todas as regiões e Estados do país, por telefone, com ligações para aparelhos celulares (usados por 90% da população). A margem de erro é de 2 pontos percentuais.

Do total de entrevistados, 69% disseram que confiam muito ou um pouco no sistema de urnas informatizadas. Outros 29% responderam que não confiam.

O percentual é parecido com pesquisa PoderData realizada em novembro. O estudo indica que 28% da população acha que a contagem de votos no Brasil nã é segura. Outros 64% têm confiança no processo, e 8% não souberam responder.

A urna eletrônica passou a ser adotada gradualmente em 1996. O questionamento de que elas são fraudadas são feitos em todos os períodos eleitorais.

O presidente Jair Bolsonaro é um dos maiores expoentes da tese de que há irregularidades. Ele nunca apresentou provas, mas pede a volta do voto impresso junto ao atual sistema para uma possível “autoria extra” da votação.

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tem realizado campanhas de esclarecimento reafirmando que a tecnologia é confiável. Nas últimas eleições, uma série de vídeos com supostas fraudes foi bastante difundidas nas redes sociais

Em todo o mundo, 32 países já utilizam sistemas eletrônicos para captação e apuração de votos. Na lista estão Suíça, Canadá, e Austrália, além de alguns Estados norte-americanos, segundo dados do IDEA (The International Institute for Democracy and Electoral Assistance).

COMO É O SISTEMA DE APURAÇÃO?

O processo de apuração (íntegra) acontece logo após o fim das votações. Cada urna gera 1 arquivo digital chamado boletim de urna. O documento é criptografado, ou seja, é escrito em código oculto, e assinado digitalmente. Logo depois, o boletim é gravado em uma mídia chamada memória de resultado, que nada mais é do que 1 pen drive de formato específico.

Em seguida, os arquivos são enviados para 1 ponto de transmissão da Justiça Eleitoral. Esse “ponto” pode ser 1 cartório eleitoral, uma junta apuradora ou 1 ponto de transmissão via satélite. De lá, são enviados para os computadores do Tribunal Regional Eleitoral.

Então, são feitas a decifração do código criptografado e a verificação da assinatura digital, da estrutura do arquivo, da origem da urna e de outros dados. Caso não obedeça a nenhuma dessas verificações de segurança o boletim é descartado.

O sistema do TSE checa se há dados considerados “anômalos” em alguma urna, como um grande quantidade de votos em branco ou votos para 1 único candidato. Caso isso ocorra, a urna é submetida a 1 juiz eleitoral para adoção de providências. Só após a verificação de que não houve nada errado é que a urna é enviada para a totalização de votos.

HACKEAMENTO

Os programas de computador usados nas urnas são totalmente desenvolvidos pelo TSE. Segundo o tribunal, eles são criados a partir de uma versão única de códigos-fonte, ferramentas usadas pelos desenvolvedores dos programas. Já as urnas não são ligadas à internet “comum”.

O abastecimento de informações e do software é feito por 1 sistema de dados internos (intranet), portanto não podem ser acessadas por alguém que não esteja conectado ao sistema do TSE. As urnas também não podem ser acessadas por cartões de memória convencionais ou pendrive

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