O PIB agropecuário, que mede a atividade dentro da porteira, deverá voltar a crescer este ano, com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) projetando aumento de 2,5% sobre 2020, caso o clima colabore com a segunda safra de milho, que terá boa parte plantada fora da janela climática ideal após um atraso da colheita de soja.
Segundo o coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon, a estimativa ainda pode ter viés de alta, se a demanda internacional pelos produtos brasileiros ficar aquecida ou a economia interna melhorar; ou de baixa, na hipótese de algum problema de safra, notadamente de milho.
O cereal e a soja são duas das principais culturas do Brasil. No caso da oleaginosa, a safra está bem encaminhada para ter novo recorde, enquanto o país planta a maior parte do cereal na segunda safra, na sequência da colheita da verão, o que está ocorrendo agora.
“O que vimos foi um atraso de 40 dias (na soja), e isso no cômputo geral não vai ter grandes prejuízos. Mas um terço da safra do milho segunda safra será plantado fora da janela ideal de plantio (pelo atraso da soja). Isso sim, se der alguma estiagem mais severa, pode influenciar no milho segunda safra e outra culturas”, disse ele.
“O clima é o fator que estamos olhando com mais preocupação, que pode fazer com que haja um recuo do PIB da agropecuária”, acrescentou.
Em 2020, conforme informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Agropecuária foi o único setor que cresceu, com 2%, ante queda de 3,5% na Indústria e recuo de 4,5% em Serviços.