Cerca de 160 mil filhotes de tartarugas e tracajás devem nascer até dezembro dentro do Projeto Quelônios

O projeto Quelônios do Tocantins está na etapa final, quando acontece a eclosão dos ovos e o nascimento dos filhotes, que serão soltos nas águas do rio Araguaia e seus afluentes, no Parque Estadual do Cantão (PEC). De acordo com o biólogo do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), essa etapa começou no mês passado e vai até dezembro.

A expectativa é de que cerca de 160 mil filhotes de tartaruga-da-Amzônia (Podocnemis expansa) e tracajá (Podocnemis unifilis) ajudem a repovoar os rios do Tocantins. Essa estimativa é feita com base na quantidade de covas cavadas pelas matrizes para desova. O diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Naturatins, Warley Rodrigues, explica que este ano estão sendo monitorados 1.600 ninhos e como cada ninho tem em média 100 ovos, então, teoricamente, são 160 mil ovos prontos para eclodirem.

Entretanto, o diretor esclarece que nem todos os ovos eclodem, por isso a quantidade de filhotes é apenas uma estimativa. “Nem todos os ovos eclodem, pois existem perdas por predação, fecundidade, colonização por microrganismos, entre outros fatores que contribuem para a redução do sucesso total da eclosão”, diz, acrescentando que mesmo assim a previsão para este ano é de um número recorde de filhotes.

Parcerias

O projeto Quelônios do Tocantins é vinculado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no âmbito do Projeto Quelônios da Amazônia, criado há 40 anos. Já o Quelônios do Tocantins foi criado em 1995. Após sofrer uma interrupção, foi retomado em 2017, graças à parceria com o Ibama, Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), Universidade Federal do Tocantins (UFT) e o Batalhão de  Polícia Militar Ambiental (BPMA). O projeto Quelônios tem apoio também da Fazenda Fartura, em Santana do Araguaia (PA), que dá suporte como ponto de apoio às equipes de fiscalização e pesquisa.

Nos últimos anos, as ações conjuntas entre os parceiros têm reforçado as medidas para a conservação dos quelônios no rio Araguaia, em especial na região do Parque Estadual do Cantão e Parque Nacional do Araguaia.

O projeto é realizado em várias etapas, que vão desde o planejamento anual das ações, quando são apresentados os resultados do ano anterior e projeções para o ano em curso, até a execução das atividades de campo. A fiscalização, monitoramento e manejo se estendem até dezembro, quando o ciclo de reprodução da espécie é concluído, com o nascimento e soltura dos filhotes.

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