O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse nesta quinta-feira que não é o momento do governo medir gastos para socorrer quem sofrerá com a recessão que deve ser resultado da pandemia de coronavírus.
Em entrevista coletiva, ele afirmou que o impacto do benefício, batizado de ‘coronavoucher’, direcionado a trabalhadores informais durante o surto da doença. deve ultrapassar os R$ 200 inicialmente anunciados pelo ministro Paulo Guedes. “Não é possível que a gente não possa garantir aos informais, ao Bolsa Família, uma renda num período de três meses. Estamos construindo um valor de R$ 500 para trabalhadores informais”, disse.
A previsão é de que o impacto no orçamento seja da ordem de R$ 12 bi, mais que o dobro dos R$ 5 bi que foram ventilados anteriormente. Na opinião do deputado, o valor deveria ser ainda maior. “Não acho que a gente deva estar olhando para R$ 5 bi, R$ 10 bi. Eu acho que o Brasil teria que gastar de R$ 300 a R$ 400 bi para enfrentar a crise”, declarou.
O deputado afirmou também que o poder executivo tem debatido outras soluções econômicas, como a criação de um empréstimo ao longo prazo, com garantia do Estado, para que pequenos empresários possam garantir os salários e não precisem demitir. “Precisamos garantir previsibilidade para os cidadãos”, disse Maia. Segundo ele, o decreto de estado de calamidade pública deu liberdade para o governo lidar com a crise. “Se o Governo tem condições de gastar com o estado de calamidade pública, a gente precisa olhar quais soluções temos para resolver a crise. Depois organizamos o pagamento dessa dívida de guerra”.
Diante de tantas divergências entre as lideranças públicas no país, o presidente da Câmara pediu calma. “Acho que está na hora do diálogo. De ter mais paciência em todos os lugares. Entre os deputados, poderes, até com a família, durante o isolamento”, disse.
“Está na hora de deixarmos as divergências de lado. Precisamos tomar decisões, avançar e traçar caminhos para que o país possa sair dessa crise.”