A Câmara Municipal de Minneapolis se comprometeu no domingo (7) a desmantelar o Departamento de Polícia e reconstruir a instituição, depois de o assassinato do afro-americano George Floyd por um policial branco ter provocado uma onda de protestos no país e no exterior contra o racismo nas forças de segurança.
“Nós nos comprometemos a desmantelar a polícia tal como a conhecemos na cidade de Minneapolis e a reconstruir com nossa comunidade um novo modelo de segurança pública que realmente mantenha a salvo a nossa comunidade”, disse à CNN a presidente da Câmara municipal, Lisa Bender.
O prefeito Minneapolis, Jacob Frey, se opõe a desmantelar o departamento. O comandante poderoso sindicato policial da cidade, Bob Kroll, apareceu no ano passado em uma manifestação ao lado do presidente Donald Trump.
A promessa da maioria dos vereadores ocorreu um dia depois Frey ter sido vaiado em um comício no qual foi solicitado o fim do financiamento à polícia. Mais tarde, ele disse à AFP que apoiava “uma ampla reformas estrutural para revira o sistema estruturalmente racista, mas não abolir todo o departamento de polícia”.
Alondra Cano, outra integrante da Câmara, tuitou que a decisão foi tomada pela maioria dos membros da Casa, que concordaram em que o departamento de polícia “não é reformável e que, portanto, se acabará com o sistema atual”.
Um policial branco da polícia de Minneapolis foi acusado de homicídio contra Floyd em 25 de maio. Em um vídeo gravado por um pedestre, é possível ver o agente pressionando o joelho no pescoço de Floyd por quase nove minutos, enquanto o homem implorava por sua vida.
Foi o caso mais recente de agentes da lei brancos acusados da morte de uma pessoa negra desarmada.
A morte de Floyd gerou uma onda de protestos majoritariamente pacíficos em todo o país contra o racismo das autoridades. E em alguns surgiram apelos pela retirada de recursos dos departamentos de polícia.
Bender disse à CNN que estava buscando também que recursos destinados à polícia sejam redirecionados para financiar outras estratégias comunitárias e explicou que a Câmara municipal estudará como substituir o atual departamento de polícia.
“A ideia de não ter um departamento de polícia não é aplicável a curto prazo”, acrescentou.