Brasil perde mais de R$ 80 bilhões ao ano a paraísos fiscais

O Brasil perde 15 bilhões de dólares por ano para paraísos fiscais, o equivalente a mais de 80 bilhões de reais. Desses, 14,63 bilhões de dólares são desviados por empresas, e 280 milhões de dólares (1,5 bilhão de reais) são sonegados por indivíduos super-ricos.

No total, o valor equivale a quase três vezes o orçamento anual do Bolsa Família e a 20% do disponibilizado à Saúde.

Os paraísos fiscais são países onde as taxas de impostos corporativos são extremamente baixas ou inexistentes.

O levantamento foi divugado nesta sexta-feira (20) pela Tax Justice Network, um coletivo de economistas, advogados, contadores, escritores e outras pessoas físicas.

Segundo a organização não governamental, o capital perdido pelo Brasil representa 3,2% das receitas com impostos anuais – porcentagem menor do que a média dos países latinos, que fica em 4,2%, mas acima da média mundial, de 2,6%.

Juntos, os países estão perdendo um total de mais de 427 bilhões de dólares em impostos a cada ano para o abuso fiscal corporativo internacional e para a evasão fiscal privada, revela a organização: esse montante custa aos cofres públicos “quase 34 milhões de salários anuais de enfermeiros a cada ano – ou o salário anual de uma enfermeira a cada segundo”, diz o relatório.

Desse total, 245 bilhões de dólares são perdidos diretamente para o abuso fiscal corporativo por corporações multinacionais e 182 bilhões de dólares para a evasão fiscal privada.

Mais pobres sofrem mais

A ONG resslata que, enquanto os países de renda mais alta perdem mais impostos para o abuso fiscal global, essas perdas têm consequências muito maiores em países de renda mais baixa. Os países de renda mais alta perdem 382 bilhões de dólares todos os anos, enquanto os países de baixa renda perdem 45 bilhões de dólares. “No entanto, as perdas fiscais dos países de renda mais baixa equivalem a quase 52% de seus orçamentos de saúde pública, enquanto as perdas fiscais dos países de renda mais alta equivalem a 8%.

Da mesma forma, os países de renda mais baixa perdem o equivalente a 5,8% da receita tributária total que normalmente arrecadam por ano para o abuso fiscal global, enquanto os países de renda mais alta perdem em média 2,5%.

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