Pouco mais de um ano depois da primeira morte por covid-19 no país, o Brasil atinge a marca de 300.000 mortes causadas pela doença. O número é registrado no mesmo mês em que há altas sucessivas no volume de mortes registradas em 24 horas — sendo o recorde mais expressivo o desta terça-feira, 23, em que mais de 3.000 óbitos foram registrados.
Nos últimos meses, especialistas têm criticado a postura do governo federal em relação à pandemia no país, com a falta de coordenação nacional em relação aos esforços de combate à covid-19.
Também nesta tarde, estados e municípios criticaram a postura do governo federal de mudar o sistema para contabilizar óbitos relacionados à covid-19, fazendo com que o número total de mortes informadas nesta quarta pudesse ser ainda maior.
O reflexo foi sentido principalmente nos dados de São Paulo, que registrou apenas 281 óbitos nas últimas 24 horas, uma queda de 24,3% em relação ao dia anterior. A média até então, era de 532 mortes por dia. Após a repercussão das dificuldades relacionadas ao novo sistema, representantes das duas principais entidades de saúde no Brasil disseram que o Ministério da Saúde aceitou o pedido de voltar atrás nas mudanças.
Colapso
Em razão do aumento expressivo da doença no país, o governo liberou a abertura de 685 leitos de UTI para covid-19 em 12 estados. A portaria com a decisão foi publicada nesta quarta-feira, 24, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). Este é o terceiro ato da pasta desde a semana passada para habilitar novos leitos no país — na quinta-feira, 18, foram liberados leitos em São Paulo e na sexta-feira, 19, outros cinco estados também foram atendidos.
Com vários estados à beira do colapso, também faltam insumos para intubação. Na cidade de São Paulo, o chamado “kit intubação” deve durar apenas mais uma semana — no Distrito Federal, 26 remédios já estão esgotados. Diante dessa situação, o senador Randolfe Rodrigues propôs zerar o imposto desses insumos.
No texto, o senador alerta que o Brasil está na iminência de uma crise de abastecimento de insumos necessários para a intubação de pacientes, como anestésicos injetáveis, relaxantes musculares e sedativos. “O Poder Executivo Federal, mais uma vez, falha no seu dever de proteger a vida e a saúde da população brasileira”, afirma.
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