Em busca de uma solução para a insatisfação dos caminhoneiros com o custo do diesel, o presidente da República, Jair Bolsonaro reforçou nesta sexta-feira, 5, que não irá intervir de nenhuma maneira na política de preços da Petrobras.
Sem apresentar ainda uma proposta definitiva, Bolsonaro prometeu entregar na próxima semana um projeto para que o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) estadual seja cobrado sobre os combustíveis nas refinarias e não nas bombas. Além disso, ele voltou a defender a cobrança de um valor fixo de ICMS por litro, dando mais previsibilidade aos consumidores.
“Pretendemos fazer um projeto de lei complementar para que a previsibilidade do ICMS se faça presente, assim como o PIS/Cofins, que tem um valor fixo de R$ 0,35 por litro de diesel”, confirmou o presidente, após reunião com ministros e o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.
“A Câmara e o Senado são parceiros, e queremos fazer um estudo. Se for viável e possível, apresentaremos um estudo para que o ICMS incida sobre o preço do combustível nas refinarias, ou que haja um valor fixo do tributo para gasolina, diesel e álcool. Quem vai definir o valor fixo de cada Estado serão as respectivas assembleias estaduais”, detalhou.
Bolsonaro lembrou que o governo federal não reajustou a cobrança de PIS/Cofins de R$ 0,35 por litro no diesel desde janeiro de 2019. O presidente reforçou que o governo em hipótese alguma fará qualquer interferência na política de preços de combustíveis da Petrobras.
“Jamais controlaremos os preços da Petrobras. A empresa está inserida no contexto internacional e a respeitamos. O coração do presidente da Petrobras, Castello Branco, não é diferente do meu”, afirmou Bolsonaro.
“Interferência na Petrobras existia em passado bem próximo, quando havia indicações de diretores. E nós conhecemos o Petrolão. Nossa política, sim, é de não interferir. Tanto é que o ministro das Minas e Energia indicou Castello Branco para a Petrobras e ele teve liberdade para escolher seus diretores”, completou.
Para ele, o governo tem a obrigação de se adiantar a problemas e proporcionar as melhores políticas, baseadas na transparência e na previsibilidade. “Convoquei os ministros hoje e o presidente da Petrobras. Nosso compromisso é tirar o Estado de cima do povo trabalhador, bem como respeitar os contratos e jamais intervir em outras instituições, como a Petrobras”, acrescentou.Veja também