Em março, a Prefeitura de Palmas decretou o fechamento de todo o comércio, bares e restaurantes da capital. A partir de junho, a abertura começou a ser realizada de maneira gradual. No entanto, até agora, em setembro, o consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos e estabelecimentos comerciais de Palmas continua proibido, acarretando um imenso prejuízo financeiro aos bares e restaurantes.
Conforme as informações da Receita Federal, Palmas hoje possui 801 restaurantes e bares e mais 460 estabelecimentos do ramo de comércio de bebidas. A categoria é uma das mais afetadas nesta crise provocada pela pandemia da COVID-19. De acordo com informações de associados da Abrasel – TO (Associação Brasileira de Bares de Restaurantes), a queda no faturamento já está na faixa de 70% a 80%, ocasionando demissões e fechamento de empresas, uma vez que o delivery não supre o déficit das vendas.
A CDL Palmas já fez diversas solicitações à Prefeitura questionando sobre a decisão. O último ofício relatando a situação e solicitando uma reunião foi enviado no início do mês, mas até agora não houve resposta. “A situação está insustentável. Nossa economia é frágil e o setor de bares e restaurantes é de extrema importância para o município. Nós queremos entender qual a relação da venda de bebidas com a proliferação do vírus, visto que nunca nos foi apresentado parecer técnico sobre o assunto. A venda de bebidas faz com que os outros itens do cardápio vendam mais, aumentando o faturamento das empresas e a arrecadação do município”, explica Silvan Portilho, presidente da CDL Palmas.
Silvan explicou ainda que as entidades estão cientes de toda a responsabilidade e que sabem que não é possível voltar ao completo normal ainda. “Não estamos pedindo para que haja a liberação desenfreada, estamos tentando vender nossos produtos, sempre seguindo todos os protocolos de saúde, mantendo a distância, a higienização. Mas nossas empresas do ramo de bares e restaurantes estão quebrando, funcionários estão sendo demitidos e as empresas não suportam mais”, finalizou.
Uma pesquisa realizada pela Abrasel em todo o Brasil mostra que 68% dos donos de bares e restaurantes pelo país estão registrando baixo faturamento na reabertura e prejuízos que só se acumulam. Apesar de terem se desfeito de funcionários durante o período em que estiveram fechados, 65% dos estabelecimentos não pretendem contratar. Dentre aqueles que tentaram ser socorridos pelas linhas de crédito ofertadas pelos bancos, como o Pronampe, somente 45% foram atendidos. Além disso, 42% dos empresários do setor dizem não ter capital de giro suficiente para reabrir os estabelecimentos.