No universo das 500 maiores empresas do Brasil por receita líquida em 2019, o ano foi de baixo crescimento das vendas. Em média, elas aumentaram o faturamento em 2,5% — bem abaixo dos 8,9% de crescimento registrado no ano anterior. Ainda assim, essa taxa representa mais que o dobro da expansão do PIB brasileiro, que foi de 1,1% no ano. Outro ponto a destacar é que algumas empresas registraram uma taxa de crescimento muito acima da média.
A primeira colocada nesse quesito foi a operadora TIM, com 397,5% a mais de vendas líquidas em relação a 2018. Entre os fatores que contribuíram para esse desempenho, a companhia cita o lançamento bem-sucedido de uma nova oferta de plano pré-pago no primeiro semestre do ano passado. “O pré-pago é massivo porque atende à população de menor poder aquisitivo. Esse lançamento impulsionou muito nosso resultado”, afirma Alberto Griselli, chief revenue officer (CRO) da TIM Brasil.
O pós-pago também contribuiu para o aumento das vendas, sobretudo com o TIM Black com Netflix, com a inclusão do serviço de streaming de vídeo no plano. “Nossa estratégia é olhar cada componente da vida do cliente, como lazer, e incluir um serviço digital correspondente”, diz Griselli. A ideia foi tanto atrair novos clientes com o serviço quanto migrar clientes do pré-pago para os planos pós-pagos, que geram mais receita para a companhia. Neste ano, a estratégia continuou, desta vez com uma parceria com o banco C6 para os clientes dos planos pós-pagos da TIM, incluindo serviços financeiros como cartão de crédito.
Já a segunda colocada entre as companhias que mais cresceram em 2019 foi a farmacêutica Sanofi Medley, que registrou um crescimento de 334,2% nas vendas líquidas. A multinacional francesa vem desenvolvendo novos produtos, como terapias inéditas para doenças raras ou novas combinações terapêuticas, segundo Scott Felix, diretor-geral da Sanofi Brasil. Para ele, o bom desempenho em 2019 foi resultado de um trabalho intenso em áreas como diversidade e inovação. “Conseguimos nos aproximar do paciente e entender as necessidades da população em diversas áreas”, afirma. A expectativa é que, até 2030, 50% das vendas da compahia venham de soluções desenvolvidas por aqui. “O Brasil é um dos maiores centros de desenvolvimento de pesquisas clínicas da Sanofi e isso tem impacto no negócio.”
Outra novidade foi o desenvolvimento de plataformas digitais para comunicação com os médicos e com os pacientes. São aplicativos de apoio a pacientes de condições crônicas, como diabetes, ou com informações para os médicos. “Com isso, todos os negócios da Sanofi cresceram acima do mercado no ano passado”, diz Felix. As tecnologias também ajudaram na pandemia — com as ferramentas digitais, as transformações só se aceleraram. A produção e a pesquisa continuaram normalmente este ano para a companhia, que prevê um resultado positivo também em 2020.
Confira no quadro a seguir as 20 empresas do Brasil que mais aumentaram o faturamento em 2019.
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