A sugestão foi apresentada durante audiência pública promovida nesta quarta-feira (2/6) pela Comissão de Agricultura da Câmara Federal que discutiu propostas para alocação de recursos do crédito oficial destinados à próxima safra.
Em videoconferência que reuniu entidades do agro, parlamentares e órgãos o governo, o presidente da Aprosoja Brasil, Antonio Galvan, propôs para o programa a fixação de taxas de juros de até 5% ao ano de acordo com a taxa Selic projetada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para o final do ano.
Galvan sugeriu também a destinação de 50% do volume de recursos do programa para armazéns com capacidade até 1.000 toneladas ou para a construção de condomínios.
“A armazenagem é crucial, mais importante até do que o custeio agrícola. Logística de armazenagem é um dos principais itens para garantir a estocagem daquela safra, que todo ano acontece. Também é viável produzir um armazém para quem produz em cerca de 300 hectares ou pequenos armazéns em sistema de condomínio”, justificou o presidente da entidade.
Antonio Galvan argumenta ainda que os investimentos em armazenagem vão trazer outros benefícios, como a redução no custo do frete e uma melhor trafegabilidade das rodovias em tempos de colheita.
“Muitas vezes a propriedade está localizada a 100 km do armazém, quando poderia ter um local para guardar a produção dentro da fazenda ou mais próximo da propriedade. Se tivermos armazenagem nas propriedades, poderemos tirar a safra num período melhor, ganhado inclusive com a redução no custo dos fretes e poupando as estradas tirando a safra no período seco”, esclareceu.
Atualmente, o país tem capacidade de armazenagem de cerca de 60% da sua produção. Em Mato Grosso e nos estados do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), este percentual chega próximo de 50%.
“Esta é uma demanda de todas as Aprosojas estaduais e vem sendo encampada principalmente pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso”, finalizou Galvan.
Pela proposta apresentada pela Aprosoja Brasil, a aplicação de recursos em armazenagem retornaria aos patamares da Safra 2013/2014, quando foram destinados R$ 3,2 bi ao PCA.