O ano de 2021 iniciou com a expectativa de melhora no cenário econômico, tanto nacional quanto internacional, mas nossas esperanças foram barradas pelo crescente aumento de infectados pela Covid-19, trazendo de volta as medidas restritivas com a finalidade de evitar que o vírus infecte mais pessoas, as crescentes mortes e o colapso nos sistemas público e privado de saúde.
Todas as nações foram obrigadas a tomar medidas mais rígidas, impactando diretamente na atividade econômica que já sofria com os danos causados em 2020. No Brasil, os problemas foram potencializados pelo fim do auxílio emergencial pago pelo Governo Federal, sem qualquer iniciativa dos Estados e Municípios de assumirem esta responsabilidade em suas regiões, o que deixou os beneficiários completamente sem renda e afetou diretamente os resultados da economia.
Importante lembrar que, a partir de julho de 2020, até final de novembro de 2020, com o pagamento do auxílio emergencial, a economia recuperou seu desempenho, saindo das projeções próximas a uma queda de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) e chegando ao resultado de -4,1%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com a última parcela paga em dezembro, no entanto, a sinalização negativa volta para o início da economia em 2021.
O início das vacinações a níveis nacional e internacional acendeu a luz da possível retomada para o segundo semestre de 2021. Países que estão com seu calendário em dia e/ou avançado poderão ter uma retomada mais rápida, trazendo inclusive resultados positivos para a economia brasileira, principalmente ao agronegócio.
No Brasil, a luz acesa dependerá exclusivamente da efetivação do calendário de imunização da população. Se não houver falta de vacinas e/ou o calendário não atrasar, a retomada da economia poderá ocorrer no segundo semestre de 2021. Com a população imunizada, a redução dos casos de Covid-19 deverá desafogar os sistemas público e privado de saúde, reduzindo as medidas restritivas de distanciamento social.
No entanto, mesmo com a retomada, outros fatores são preponderantes para o crescimento do país e vitais para o nosso sucesso econômico, principalmente as propostas de reformas que já estão ou que chegam ao Congresso Nacional, como a Tributária e a Administrativa. A primeira vem para simplificar e desonerar o setor produtivo e a segunda para reduzir o tamanho do Estado, e ambas trazem implicitamente a segurança política para o investidor.
Agronegócio e retomada econômica
Conforme dados do Banco Mundial, em 2020 houve uma retração da economia global de 4,3%. Para 2021, as projeções são de 3% de crescimento, mesmo número esperado para o Brasil, dependendo obviamente do cumprimento do calendário de vacinação, da aprovação das reformas e do cenário internacional.
Nesse contexto, um dos mercados de teve um crescimento potencial em 2020 foi o agronegócio, responsável inclusive por ajudar a reduzir a queda do PIB brasileiro, registrando crescimento de 9% no ano passado e contribuindo com mais de 25% no PIB Brasil, alcançando recorde em exportações e superávit comercial de US$81,9 bilhões, mesmo com o cenário mundial de pandemia.
O que levou a esse resultado foi a somatória de fatores, nos quais podemos citar:
- Abastecimento do mercado nacional;
- Exportações;
- Infraestrutura, escoamento de produção, armazenamento;
- Tecnologia implementada;
- Serviços ao agronegócio – consultorias contábeis, jurídicas, financeiras etc.
Nos produtos Agro que tiveram destaque de desempenho, temos:
- café arábica (+58%) – aumento da produção;
- arroz (+49%) – incremento do preço;
- trigo (+47%) – crescimento da safra maior que os preços;
- soja (+32%) – preços maiores em relação a 2019 e;
- milho (+31%) – preços maiores em relação a 2019.
A CNA estima o crescimento de 3% para o setor de agronegócios para 2021, advindos das exportações e do câmbio favorável às exportações, projetando R$ 1,8 trilhão de acréscimo à economia brasileira.
Apesar de ainda estarmos em um cenário obscuro, a esperança da vacinação poderá por fim à crise pandêmica mundial, fato esse inexistente em 2020. O que determinará a recuperação e a retomada da atividade econômica será a imunização total ou quase total da população, lembrando que carregaremos ainda o déficit público e o desemprego em 2021.