Dados sobre a CoronaVac, vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac contra o novo coronavírus, mostram que a vacina foi capaz de induzir anticorpos em 97% de 700 voluntários que foram testados na China. Conhecida como “vacina chinesa”, a proteção está sendo testada em fase três no Brasil, em mais de 10 mil voluntários, em parceria com o Instituto Butantan.
Recentemente, a vacina esteve no centro das discussões na semana passada, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) parou os testes após a morte de um dos voluntários. A Secretária de Segurança Pública do Estado de São Paulo afirmou, à época, que o caso estava sendo investigado como suicídio — e não tinha correlação alguma com a imunização.
Mas, já na semana passada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a retomada dos testes clínicos da vacina. Sem maiores problemas mencionados.
1. Do que é feita a vacina?
A vacina do laboratório Sinovac, conhecida como CoronaVac, tem como base o próprio vírus inativado criado em uma cultura dentro de um laboratório para ser aplicados nos pacientes.
Conhecida como “vacina chinesa”, ela estimula a produção de anticorpos pelo corpo humano, o que ajuda a prevenir os sintomas graves da covid-19, que podem levar à morte. Com a formação desses anticorpos, o organismo pode combater a doença de forma mais eficiente, sem causar grandes danos à saúde.
2. Quantas doses serão produzidas?
A expectativa da companhia é produzir até 100 milhões de doses anuais da vacina. Cerca de 10 mil voluntários estão sendo testados no Brasil. Na semana passada, o Instituto Butantan anunciou que começou as obras necessárias para a fabricação de cerca de 1 milhão de doses diárias da CoronaVac no Brasil. A obra deverá ser concluída somente no final do ano que vem. Outras 6 milhões de doses virão prontas da China.
3. Quando chegam os primeiros lotes da vacina no Brasil?
Segundo o governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), o primeiro lote da vacina chegará ao país já nesta quinta-feira, 19, com cerca de 120 mil doses produzidas diretamente da China.
4. A vacina implantará um chip chinês em quem tomá-la?
Até o momento não existem evidências de que uma vacina (ou qualquer uma delas) seja capaz de inserir um chip para monitorar as pessoas e essa ideia não passa de uma teoria da conspiração que ganhou força na internet. Pense na vacina do sarampo: quando criança e você a toma, nenhum chip é implantado sob sua pele — o que acontece é que você se torna imune à doença.
O mesmo deve acontecer uma vez que a eficácia da CoronaVac for comprovada. O que deve prevalecer aqui, como em todos os casos de medicamentos e imunizações, é a ciência. Na China, por exemplo, ela já está sendo usada de forma emergencial em alguns casos.
5. Quanto tempo de proteção ela deve oferecer?
Isso ainda é incerto, uma vez que as fases de testes começaram recentemente e é impossível ter certeza de que a resposta imune induzida pela vacina será ou não duradoura.
Outras vacinas, como a da polio, são vitálicias, enquanto as para influenza precisam ser tomadas anualmente.