O tabagismo está diretamente relacionado com vários tipos de câncer e é responsável por quase 90% das mortes por câncer de pulmão. Os dados são do INCA (Instituto Nacional de Câncer) e servem como alerta nesta data que é celebrado o Dia Mundial Sem Tabaco. A Prefeitura de Paraíso do Tocantins, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, tem uma coordenadoria de combate ao tabagismo. Acompanhe, a seguir, algumas ações da SEMUS, neste sentido e relatos de sucesso de pacientes que escolheram viver uma vida mais saudável e livre do fumo.
Principal responsável por 161 mil e 853 mortes, somente no ano de 2020, o tabagismo é ainda responsável por: doença pulmonar crônica, doenças cardíacas, câncer de pulmão, outros tipos de câncer e até mesmo AVC. Tudo isso faz com que o Sistema Único de Saúde gaste, em média, $125 bilhões de reais/ano, com custos diretos, indiretos e cuidado a familiares e pessoas próximas de fumantes*. (Dados do INCA*)
Dado os números alarmantes, Kléber Nascimento, coordenador do Programa de Combate ao Tabagismo da SEMUS, informa que, em todas as 09 unidades básicas de saúde do município funciona o programa de cessação do tabagismo. “Os interessados devem procurar a sua UBS onde profissionais capacitados darão todas as orientações necessárias, acompanhamento em grupo e, caso haja necessidade, uso de medicação, para parar de fumar”.
Porém, como bem ressaltou o coordenador do Programa, o fator mais determinante para vencer este vício é “o desejo de parar de fumar, ou seja, o usuário precisa querer largar o vício”.
Como funcionam os grupos
Atualmente, de acordo com Kléber Nascimento, há três grupos em andamentos, nas unidades de Saúde dos setores Vila Regina e Oeste e na Vila Chapadão. “De início os grupos acontecem com encontros semanais, onde os participantes entendem como funciona esse mecanismo de dependência, quais são os danos e os benefícios de parar de fumar”, detalhou o coordenador.
Nestes grupos é trabalhada a Terapia Cognitiva Comportamental, ou seja, a pessoa é orientada a identificar e mudar os comportamentos que a levam a fumar, tais como acender um cigarro assim que acorda ou logo após passar um café, dentre muitos outros “gatilhos”.
Prevenção
Tão importante quanto deixar de fumar é não experimentar, ou seja, não dar o primeiro trago. Isso se chama prevenção. E o Programa de Combate ao Tabagismo da SEMUS também trabalha este ponto. “O Ministério da Saúde tem um programa que se chama “Saber Saúde”, que é trabalhado nas escolas para mostrar ao público adolescente os malefícios do cigarro, para assim quebrar essa cadeia. E nós levamos esse tema para as unidades de ensino”, informou Kléber.
Relatos de participantes do grupo de cessação do tabagismo
Maria Andreia Marinho é técnica de enfermagem e foi convidada a participar das reuniões. Mesmo achando que não era o momento de lutar contra o hábito, resolveu assistir ao primeiro encontro e gostou das informações que recebeu da equipe de multiprofissionais, inclusive psicólogos.
“Fui seguindo as instruções que eram repassadas a cada encontro e percebi que era possível vencer”, relembra Andreia. Ela ressalta ainda que é uma “luta diária” mas está há seis meses sem fumar. “Só depois que a gente larga, e passa um tempo, é que percebemos o quanto é libertador. Eu usava o cigarro como uma bengala”, finalizou Andreia.
Dona Maria Guadalupe, de 67 anos, fumou por mais de cinco décadas. Ela lembra que começou ainda na adolescência, aos 14. Depois de participar das reuniões em grupo, ela conseguiu diminuir o consumo. “Ainda não larguei totalmente, mas hoje consigo ficar 10, 20, 30 dias sem fumar. Continuo na tentativa de parar de uma vez por todas e não vou desistir até vencer”, finalizou dona Maria.