Um quinto das importações de soja brasileira realizadas pela União Europeia pode ser proveniente de terras desmatadas de forma ilegal, indicou um estudo divulgado nesta quinta-feira, que oferece informações detalhadas sobre a cadeia de suprimentos.
A pesquisa, publicada pela revista Science, também abre caminho para que tanto empresas internacionais quanto autoridades brasileiras identifiquem as áreas agrícolas que violam regras de desmatamento na Amazônia, segundo o coautor do estudo, Raoni Rajão, especialista em meio ambiente da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
“O Brasil tem os meios para desenvolver um grande sistema de monitoramento liderado pelo governo, capaz de livrar as cadeias de oferta do desmatamento”, disse Rajão. “Antes os meios técnicos não estavam disponíveis, mas agora desenvolvemos esses meios.”
O estudo afirma que um maior monitoramento é especialmente importante, uma vez que o país tem o objetivo de alimentar o mundo.
O Brasil, maior exportador de soja, que até recentemente disputava com os Estados Unidos o posto de maior produtor, está a caminho e deve liderar com folga este mercado até 2029, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira pela FAO e pela OCDE.