Adapec apresenta resultado do monitoramento do complexo do enfezamento do milho às instituições parceiras
A Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) apresentou as instituições do Comitê de Sanidade das doenças do Milho, a qual faz parte, o resultado do monitoramento do complexo do enfezamento do milho realizado entre os meses de fevereiro e maio, deste ano, em 583 propriedades no Estado, num total de 192 mil hectares. A análise visa planejar ações para prevenir a cigarrinha, uma das principais pragas da cultura, sendo responsável pelo enfezamento.
O presidente da Adapec, Paulo Lima, afirmou que a reunião é uma forma de adiantar debates para gerar resultados positivos. “Acreditamos que com o apoio e conhecimento dos órgãos parceiros atingimos a proposta que é evitar e minimizar prejuízos socioeconômicos. Já estamos traçando em conjunto uma radiografia mais detalhada para propormos ações mais efetivas”, enfatizou.
O estudo mostra a presença da cigarrinha em 34% das propriedades monitoradas e a manifestação aparente de enfezamento do milho em 7,2%. “O milho é a segunda cultura mais produzida no Estado, sabemos que doença tem um grande potencial de causar prejuízos, por isso estamos debatendo para planejar ações em conjunto buscando prevenir e evitar a evolução da praga”, relatou o responsável técnico pelo Programa Estadual de Grandes Culturas da Adapec, Marco Aurélio Vaz.
O pesquisador da Embrapa, Daniel Fragoso, parabenizou a iniciativa da Adapec e avaliou que é necessária uma radiografia mais dinâmica ao longo do ano durante as duas safras da cultura. “Vamos colaborar para incrementar esse trabalho que visa reduzir os danos provocados pelo enfezamento do milho”, pontuou.
O Tocantins registrou 334.030 hectares de milho safrinha cultivados, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)
Participantes
Entre os participantes estavam os representantes da Secretaria da Agricultura e Pecuária (Seagro); do Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins); da Federação da Agricultura e Pecuária (Faet) e a Embrapa
Cigarrinha do milho
A cigarrinha do milho [Dalbulus maidis] é o inseto vetor do complexo de enfezamento [Bactéria da classe Molicutes] que pode causar danos significativos nas lavouras de milho, reduzindo a produtividade e a qualidade dos grãos.
De acordo com informações da Embrapa, a cigarrinha D. maidis é um inseto de cor branco-palha, podendo apresentar-se levemente acinzentada, com cerca de 0,5 cm, que se alimenta da seiva da planta de milho e realiza postura sob a epiderme da folha, preferencialmente na nervura central de folhas do cartucho da plântula. A infecção com molicutes ocorre na plântula de milho em estádios iniciais de desenvolvimento. Esses microrganismos patogênicos proliferam nos tecidos do floema e a planta apresenta os sintomas do enfezamento apenas na fase de produção. Esse inseto-vetor dos molicutes sobrevive apenas no milho e, habitualmente, migra de lavouras com plantas adultas para lavouras com plântulas recém emergidas.
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