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A Universidade: Espaço de Pluralidade ou de Truculência?

Quando pensamos no ambiente universitário, a primeira imagem que nos vem à mente é a de um espaço de pluralidade, onde as ideias se encontram e o conhecimento floresce. É comum sermos levados a acreditar que a universidade é o epicentro do pensamento crítico e da liberdade de expressão. No entanto, a realidade para muitos estudantes, inclusive para mim, é bastante diferente. Estudante de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Tocantins, vivo diariamente uma experiência que está longe dessa visão idealizada.

O ambiente universitário, em vez de ser um lugar de debates abertos e produtivos, muitas vezes se mostra tóxico e marcado pela disputa de poder. A pluralidade de pensamento, que deveria ser o alicerce de qualquer instituição acadêmica, acaba se limitando a uma ideologia dominante. Em vez de promover o livre pensamento, a universidade, em muitos casos, se torna um espaço hostil, onde a manifestação de ideias divergentes é sufocada e, muitas vezes, punida. O que deveria ser um terreno fértil para a ciência e a construção de conhecimento crítico se transforma em um campo de batalhas ideológicas, e não de debates construtivos.

Esse cenário é resultado, em parte, da educação básica falha que muitos de nós recebemos, mas também reflete algo mais profundo: uma deformação no caráter humano, especialmente no Brasil. Ao invés de estimular a curiosidade e a colaboração, muitos estudantes parecem estar ali por motivos que não envolvem a busca pelo conhecimento. Seja pela pressão familiar ou pela simples inércia ao sair do ensino médio, poucos realmente estão engajados em contribuir para o pensamento científico e crítico, o que deveria ser o objetivo primordial de uma universidade.

Essa falta de engajamento genuíno é agravada por uma dinâmica de poder interna que se revela destrutiva. Professores e estudantes, que deveriam colaborar para o avanço acadêmico, muitas vezes se organizam em grupos fechados, buscando dominar o espaço universitário ao invés de compartilhar e expandir o saber. Em vez de promover debates acadêmicos saudáveis, presenciamos tentativas de silenciar ou mesmo destruir reputações. Professores se agrupam com alunos para formar “bandos”, criando uma atmosfera de medo e perseguição. Decisões que deveriam ser colegiadas são tomadas por pequenos grupos, e a governança democrática da universidade é comprometida.

Essa realidade de truculência e pressão constante faz da universidade um ambiente em que ser forte não é uma opção, mas uma necessidade. Aqueles que ousam pensar diferente, ou que se recusam a participar dessas dinâmicas tóxicas, acabam sofrendo represálias. A universidade, ironicamente, se torna um espaço de ostracismo para quem tenta promover a pluralidade verdadeira e o pensamento livre. O isolamento, a exclusão e as tentativas de silenciamento são comuns para aqueles que se recusam a seguir a maré.

Ainda assim, acredito que essa experiência nos forja. O estudante que consegue resistir e perseverar nesse ambiente se torna mais resiliente. Mas a que custo? É triste perceber que, em vez de ser um espaço de construção coletiva e crítica, a universidade muitas vezes se revela como um lugar de covardia e intimidação.

A universidade deveria ser um lugar onde todos, independentemente de sua origem, ideologia ou pensamento, pudessem contribuir para o avanço do conhecimento. O cenário atual, no entanto, sugere que estamos longe disso. O que me preocupa não é apenas o estado atual, mas o que ele representa para o futuro da educação e da formação de novos pensadores. Precisamos, urgentemente, reavaliar o papel da universidade e lutar para que ela volte a ser um espaço de verdadeira pluralidade e de liberdade de pensamento.

A universidade não pode ser um reduto de covardes, mas um espaço de coragem, onde o conhecimento seja construído de forma colaborativa e onde todos possam contribuir para um futuro melhor. Caso contrário, estaremos condenados a formar gerações de pessoas que temem o pensamento livre e que, em vez de construir, preferem destruir aquilo que não compreendem ou aceitam.

 

                                                                                                                        

Alex Andrew

Presidente da Juventude do Partido Novo no Tocantins

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