Pressionado pelo União Brasil a deixar o Ministério do Turismo, Celso Sabino enfrenta uma encruzilhada: permanecer no governo Lula para fortalecer sua candidatura ao Senado em 2026 pelo Pará, seu reduto eleitoral, ou atender à exigência do partido e entregar o cargo.
Caso opte por continuar no governo com o objetivo de ganhar visibilidade e conquistar o apoio do presidente na disputa eleitoral, Sabino terá que deixar o União Brasil. No entanto, aliados admitem que ele enfrentaria dificuldades para se filiar a outra sigla, devido a entraves políticos no Pará.
Entre os obstáculos, pesa o fato de Sabino não manter proximidade com o governador do estado, Helder Barbalho (MDB). Com isso, o governador não demonstraria interesse em facilitar sua entrada em outra legenda.
União Brasil impõe prazo
Como antecipado pela coluna na sexta-feira (29/8), o União Brasil deu um ultimato ao ministro: ou ele entrega o cargo no governo Lula ou deixa o partido nos próximos dias.
Segundo líderes da legenda, Sabino precisará definir sua posição até quarta-feira (3/9), data marcada para a reunião em que o partido deve aprovar oficialmente seu desembarque do governo.
Ministro nega decisão
Sabino afirmou, na tarde de sexta-feira, que são “fake news” as informações de que ele já teria decidido sair do governo. Segundo o ministro, ainda não há uma decisão tomada.
Crise entre Lula e União Brasil
Apesar de o União Brasil já ter sinalizado a intenção de deixar o governo, a sigla aguardava a homologação da federação com o Progressistas pela Justiça Eleitoral — o que ainda não tem data definida.
No entanto, declarações feitas por Lula durante uma reunião ministerial na última terça-feira (27/8) acabaram antecipando a decisão partidária. No encontro, o presidente afirmou não querer manter relações com o presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda.
“Eu não gosto do Rueda, e ele também não gosta de mim”, teria dito Lula, em tom direto, diante dos ministros.
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