Pesquisa sobre Covid-19 entra na 4ª etapa em Palmas
O policial civil e morador da Capital Ludovico Maranhão Monteiro Filho, 57 anos, não sente nenhum dos sintomas clássicos da infecção causada pelo novo coronavírus, mas foi selecionado e convidado a realizar a coleta do material biológico para testagem da Covid-19. O policial é um dos 424 moradores de Palmas que farão parte da quarta etapa do Projeto de Pesquisa intitulado ‘Novo coronavírus (SARS-CoV-2): inquérito populacional para pesquisa de anticorpos’, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde (Semus) e a Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas (Fesp), em parceria com a Universidade Federal do Tocantins (UFT).
Antes da coleta de sangue, Monteiro Filho passou pela entrevista, que é a primeira etapa do processo. Nesse momento, os pesquisadores vão às casas dos participantes, aplicam um questionário e agendam um horário para realização do teste (exame de sangue) em uma Unidade de Saúde da Família (USF) mais próxima da casa dos participantes.
No caso do policial, a coleta foi realizada na manhã desta sexta-feira, 24, numa unidade móvel equipada com toda a estrutura para realizar os procedimentos, que foi estacionada no pátio da Unidade de Saúde da Arse 24 (210 Sul), visando atender a todos os moradores daquela região. “Não estou sentindo nada, mas fiquei satisfeito em ser selecionado para fazer a testagem. Tenho conhecimento de casos de pessoas que não estavam sentindo nada e quando fizeram o teste descobriram que já tinham sido contaminadas pelo vírus”, relatou o morador.
A pesquisa está na quarta e última etapa de testagem, e vem sendo realizada para conhecer a proporção da população de Palmas que esteve ou está infectada pelo coronavírus, especialmente os casos assintomáticos ou sintomáticos leves, identificar os locais onde há maior avanço do novo coronavírus, além de avaliar o comportamento da população em relação às medidas de prevenção.
De acordo com a representante da Fesp, Quézia Melo, a pesquisa foi dividida em quatro fases, onde cada fase tem duas etapas. “Com as informações geradas pela pesquisa, será possível, por exemplo, permitir o desenho mais real de estratégias de abrandamento ou intensificação das medidas de isolamento social, com base nas estimativas obtidas com os dados”, avalia.
A enfermeira e residente do Programa de Residência em Saúde da Família e Comunidade da Fesp Gabrielle Ferreira Santos, que vem acompanhando de perto as coletas e também o trabalho dos outros residentes que fazem a busca ativa dos moradores selecionados, conta que grande parte das pessoas está recebendo com tranquilidade as equipes de profissionais da saúde. “Na primeira abordagem, buscamos sempre explicar como vai funcionar a pesquisa, tiramos todas as dúvidas. E falamos da capacitação que todos que compõem a equipe da pesquisa receberam antes de começar o trabalho”, lembra a enfermeira, reforçando sobre as questões éticas da coleta de dados, assim como orientações sobre riscos de contágio e cuidados com biossegurança.