“Eduardo Bolsonaro avisa relator: ‘Você pode pagar junto’”
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez duras ameaças nesta sexta-feira (19/9) ao relator do projeto de anistia, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), alertando-o a “ter muito cuidado” ao negociar uma proposta que não contemple o perdão amplo, geral e irrestrito aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro. “Cuidado para você não acabar sendo visto como um colaborador do regime de exceção”, disparou Eduardo, em tom de advertência.
Paulinho foi designado relator pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e desde o início deixou claro que sua proposta não incluiria uma anistia total, mas sim a redução de penas — ideia que vem sendo alinhada com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente com o ministro Alexandre de Moraes, com quem mantém interlocução.
A postura irritou Eduardo Bolsonaro, que classificou a articulação como um “acordo indecoroso e infame” e afirmou que “todo colaborador de um sancionado é passível das mesmas sanções”, em uma referência direta à Lei Magnitsky, que permite sanções internacionais a violadores de direitos humanos.
“Um conselho de amigo: muito cuidado para você não acabar sendo visto como um colaborador do regime de exceção. Alguém que foi posto por Moraes para enterrar a anistia ampla, geral e irrestrita. Pois, assim como está expresso na lei, todo colaborador de um sancionado por violações de direitos humanos é passível das mesmas sanções”, afirmou o deputado.
Eduardo também criticou a recente reunião de Paulinho com o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o ex-presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG). Segundo ele, os bastidores desse encontro mostram uma tentativa de impor um acordo que representa, nas suas palavras, a “manutenção dos crimes de Moraes”.
“Você, Michel Temer e o resto da turma não irão impor na marra o que chamam, cinicamente, de pacificação, que nada mais é do que a manutenção de todos os crimes praticados por Alexandre de Moraes. Chegamos nesse ponto porque vocês nos subestimaram”, atacou Eduardo.
A fala reforça o clima de tensão dentro da Câmara e escancara a divisão entre os aliados de Jair Bolsonaro — que exigem anistia total — e os parlamentares mais próximos do STF, que buscam um meio-termo. Com as ameaças públicas, Eduardo sinaliza que a disputa será dura e sem trégua.
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