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O MILAGRE ECONÔMICO DE ARAGUAÍNA: O QUE ESTÁ POR TRÁS DA DIMINUIÇÃO DO DESEMPREGO NA CIDADE EM TEMPO DE PANDEMIA

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Levantamento do CAGED divulgado recentemente acendeu uma luz de esperança na cidade de Araguaína. Ao contrário da grande maioria dos municípios de médio porte, a cidade registrou a diminuição do desemprego, através de saldo positivo na balança entre demissões e contratações, se despontando em um momento de tanta incerteza.

E então fica a pergunta: o que está por trás dessa inusitada situação?

Primeiramente, vale ressaltar que Araguaína nunca foi uma cidade dependente do Poder Público. A economia local tem força própria, alavancada por um histórico voltado para a pecuária, incrementada nos últimos 20 anos com crescimento das áreas educacionais e de saúde, que a fizeram um polo de serviços e de tecnologia.

Nesse sentido, desde já podemos indicar que esses ramos de atuação tão marcantes da cidade – alimentação, saúde e tecnologia – foram 3 das áreas menos afetadas ou até mesmo impulsionadas ao longo da pandemia.

Não bastasse, a cidade contou com uma visão menos restritiva do Poder Público local quanto à paralisação das atividades, tendo tido apenas uma semana de completo fechamento do comércio, algo criticado por muitos defensores do movimento “#ficaemcasa”, mas que conseguiu conciliar o cuidado da saúde com a diminuição dos efeitos econômicos negativos.

Por ser uma cidade muito empreendedora, a adaptação ao novo normal também vem se demonstrando eficiente e veloz, com o comércio se moldando a uma realidade de máscaras, pouco contato, distanciamento e limpeza mais rigorosa.

Quanto aos investimentos, como dito acima, a cidade não é dependente do Poder Público, mas foi agraciada com a realização de importantes obras de infraestrutura planejadas a anos e que estão em andamento por parte da Prefeitura, que acabam injetando recursos de fora na cidade, em um momento importante, circulando riquezas, gerando renda e, consequentemente, emprego.

A Associação Comercial da cidade, a ACIARA, que participou ativamente das discussões sobre a paralisação do comércio durante a fase mais intensa da pandemia, considera que o pior já passou e os investimentos públicos, aliados ao represamento de investimentos do primeiro quadrimestre promoverá, como já está promovendo, uma retomada da economia de forma rápida e eficiente.

Vale ressaltar que essa crise não foi gerada por questões macroeconômicas, mas por uma situação pontual. A economia estava demonstrando sinais de recuperação e os investidores estavam animados quando a pandemia chegou. Como os meses de março e abril foram de muito medo e apreensão, com a retomada das atividades empresariais em maio e junho de forma controlada, foi possível o retorno dos investimentos, possibilitando que os próximos meses consigam repor as perdas do período mais crítico.

Ronald Reagan, ex-presidente americano dizia acreditar que “o melhor programa social é um emprego”. Em linha mais atual, o economista Roberto Dumas afirmou que “O coronavírus mata à vista, o desemprego também mata, só que mata a prazo”.

Para evitar mortes à vista, somente pode-se investir em saúde, o que tem que continuar sendo feito, com muito vigor e responsabilidade. Para evitar as mortes à prazo, temos que fazer política social, através do estímulo ao emprego. Essa receita não é oriunda de uma ciência exata, mas parece estar preservando vidas na cidade de Araguaína, mesmo que não seja sentido agora, mas poderá gerar um saldo positivo no futuro.

O milagre econômico não possui origem simples, tampouco sem efeitos colaterais ou políticos, mas serve de exemplo como a cidade vem lidando com a pandemia, sem muito pânico e com responsabilidade na ampliação da estrutura hospitalar.

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