Negativa pelo segundo mês, inflação tem queda de -0,38% em maio
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou queda de 0,38% em maio ante recuo de 0,31% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Trata-se do menor índice desde agosto de 1998, quando ficou em -0,51%.
O resultado foi pressionado principalmente pela queda de 4,56% nos preços dos combustíveis, que fazem parte de Transportes, o grupo com maior variação negativa entre os demais (-1,9%). Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo instituto, cinco tiveram deflação em maio.
“A gasolina é o principal subitem em termos de peso dentro do IPCA e, caindo 4,35%, acabou puxando o resultado dos transportes para baixo, assim como as passagens aéreas, que tiveram uma queda de 27,14% e foram a segunda maior contribuição negativa no IPCA de maio”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov no material de divulgação do Instituto.
No acumulado de 12 meses até março, o IPCA teve alta de 1,88%, de 2,40% antes, abaixo da meta de inflação de 4% do governo para 2020, que tem tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Pesquisa da Reuters apontou que a expectativa de analistas era de recuo de 0,46% em maio, acumulando em 12 meses avanço de 1,80%.
O recuo na gasolina veio menor do que o esperado, segundo Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos. “Esperávamos que este subitem exibisse variação de -6%. Esse desvio colabora para reforçar nossa perspectiva de aceleração para o IPCA de junho, para o qual temos perspectiva de avanço de 0,23%, pautado exatamente em premissas de avanço da gasolina”, diz.