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BOM DIA! Essa é a saudação mais sintética do café da manhã!

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Mas qual café? Sinta o cheiro e mentalize: O próprio café, puro tem sabor e aroma, preenche o vazio do jejum e o volume da casa… Mas imagine também um requeijão saindo agora, daquele puxento, que estica quase um metro na colher de pau… Ah, e aquele pão de queijo, mineiro mesmo aqui no Tocantins, aquele que a gente abre com a mão pra por o requeijão lá dentro… Humm, e aquele cuscuz com carne seca coberto com manteiga de leite derretendo! Vixi Maria… Bom, com esse CAFÉ, realmente pode se começar um BOM DIA.

Mas esse simples e BOM DIA, está cada vez mais complicado, por conflitos e
egoísmos criados pelo homem, ou suas tribos de pensamento, que insistem em expandir seus
comportamentos também ao comportamento de todos, com intenção de igualar toda a
humanidade, em prol de causas quase individuais.

Parece muito alarmista, filosófica ou desanimadora essa reflexão, mas podem
ser analisadas só as dificuldades “virtuais” e “burocráticas” da produção e consumo desse café, pra não entrar nas dificuldades operacionais nem nos outros “agroconsumos” do restante do dia que mal começou.

Já na regularização possessória da propriedade de onde vem todos esses itens
gostosos, existe uma infinidade de adequações exigidas por lei, sobre o proprietário, que
dependem de uma “análise” do próprio governo que as cobra. Como são os casos de
georreferenciamento e licenças diversas. Uma vez procedidas as etapas que dependem do
produtor, caem em um “labirinto autárquico” sem a sua menor participação, o tornando refém
de uma burocracia esmagadora, com a qual marcar qualquer data é simplesmente tomar pra si
a responsabilidade do outro. Diga-se “outro”, o Governo/Estado, um ser genérico e impessoal,
representado por seus tentáculos fiscalizadores/exigentes.

Ao contribuinte/produtor não cabe desobrigar-se de cumprir a sua parte na modernização legal do uso dos recursos naturais; mas é válido manifestar seu real sentimento de impotência como maior interessado, tanto na preservação do solo, da água e da vida como na segurança jurídica ou fundiária, diante da indolência estatal em cumprir a sua parte nas regularizações que são cobradas do contribuinte. Ou será que existe dúvida na sociedade de que o maior interessado na preservação do solo, da água e da vida nesses sistemas é o produtor, que depende da vida brotada e desenvolvida para o seu diário ganha pão? E é legitimo também manifestar seu sentimento de revolta por sofrer os infortúnios causados pela demora das tramitações. Desta forma é justo que legalmente seja garantido ao cidadão seus direitos pleiteados frente ao estado, quando este não cumprir em tempo regular, as análises de  exigências apresentadas. Um exemplo prático e extremo seria obrigação legal do cartório em registrar o Georreferenciamento caso o ESTADO não tivesse em tempo regulamentar analisado
a peça técnica de agrimensura apresentada pelo requerente/exigido.

Mas ainda referente às “dificuldades virtuais”, o mesmo empreendedor sofre uma pressão midiática de “profissionais” em formação de opiniões; cujo público alvo são os vulneráveis consumidores urbanos. Público esse, refém da desinformação massiva, tendenciosa
e militante de causas diversas para a homogeneização do pensamento, comportamento e
consumo das pessoas.

Pra entender essa vulnerabilidade do público urbano, deve-se também relembrar do perfil demográfico do povo brasileiro, que a pouquíssimo tempo deixou de ser majoritariamente rural para urbano, e não raro tem a necessidade individual de autoafirmação, que tenta negar ou desvincular de um passado, “na roça”, como desapego ao “atraso”.

Com essa tentativa de desligamento do mundo rural, esse indivíduo também não se esforça para entender sobre os meandros da produção dos alimentos que consome, tornando-se assim presa fácil à qualquer propaganda, ainda que falaciosa, e tenha por trás uma enorme carga ideológica embutida e disfarçada, exercida por grupos que se auto determinam “donos” de determinadas “causas” ou até “modelos de produção”. Como se alguma rotina de processos de um modelo pudessem ser exclusivos de um grupo de pessoas.

Sendo assim esse público, é constantemente bombardeado com opiniões não científicas acerca da produção de alimentos, que denigrem todos modelos produtivos que não são “eleitos” ideologicamente pelos seus divulgadores como sustentáveis; e nesse tocante haja
couro grosso para apanhar o “agronegócio”. Opiniões essas que abusam intencionalmente da
propalação de índices alarmistas; e quanto mais catastróficos melhor. Como por exemplo a
pegada hídrica, que além de não estratificar diferentes modelos e situações de produção, é
citada em conjunto quanto aos componentes de água VERDE, AZUL e CINZA, como um único
índice para todo o planeta, e que para o caso da CARNE assume o inimaginável valor de 15.000
litros de água por quilograma de produto.

Independente da ausência de estudos de caso para cada modelo/região de produção, maldosamente por parte dos desinformadores, falta dizer que 97% desse volume de água se refere à agua VERDE, que é aquela absorvida e consequentemente evapotranspirada por toda a forragem que apascenta um bovino por 36 meses de vida, inclusive as sobras do pastejo que enriquecem de matéria orgânica o solo. E ainda, que qualquer outra cobertura verde, mesmo a floresta virgem ou em regeneração, que ocupasse o espeço ao invés do pasto nesse tempo, também absorveria e evapotranspiraria equivalentes volumes de água, cuja fonte é a chuva, e com o diferencial de não estar produzindo tão valoroso bem de consumo nesse período. A isso nomeia-se CICLO DA ÁGUA e a ele toda a humanidade é grata, pois permite a vida na terra.

Para efeito de esclarecimento a água AZUL desta contabilidade é a porção ingerida pelo bovino no período, que tem como fonte rios, lençóis freáticos ou artesianos e corresponde à aproximados 500 litros por Kg de carne; e também esta porção, é reciclada ao meio ambiente através da urina, infiltração evaporação, de forma que a água EXPORTADA no sistema pelo produto é de aproximados 600 ml por Kg de carne. A água CINZA componente da mensuração da pegada hídrica, é o volume de água necessário para diluir a níveis aceitáveis os resíduos bioquímicos da produção, e eventual retorno “diluído” aos cursos d´água; o que no modelo de produção à pasto e dentro da porteira é insignificante uma vez que os resíduos sólidos se incorporam ao solo pela própria água da chuva; restando assim no compito da água CINZA da pecuária, também o mínio valor utilizado na indústria frigorífica que é por volta de 3,5 litros de água por Kg de carne. E detalhe, mais biológico que quimicamente fertilizado, sendo possível até o destino em produção de energia e biofertilizantes.

Reconhecendo como opositores da produção agropecuária, nesse campo da “formação de opinião”, uma infinidade de Sites o Ongs que têm no mundo virtual sua posição de conforto, devem consumidores e produtores saber identificar a antipropaganda, a entre linha, a maldade na desinformação, sempre filtrando o científico do falacioso, para permanecerem alertas e combativos no campo do esclarecimento.

Um bom exemplo da mensagem subliminar, vem dos diversos movimentos ativistas autoproclamados em defesa dos animais, que tentam passar ao público urbano sentimentos humanos dos mesmos, como saudade, empatia, decisões, escolhas e etc; como se ignorassem todo o arcabouço legal em vigor no tocante à propriedade, uso e consumo dos animais pelo homem, tentando impingir conceitos como escravização, mau trato e outros. Tal corrente propalatória tem em eventos esportivos da equinocultura, sobretudo os de grande repercussão nacional, seu maior material para explanação das ideias; sugerindo ao público que se coloque no lugar do boi do rodeio ou da vaquejada.

No fundo querem estimular o pensamento do consumidor que se coloque no lugar da vaca, que criada na granja às vezes nunca lambeu ou foi mamada pelo próprio bezerro, tem saudade, tristeza e solidão nos momentos da apartação, em resumo, tentam fazer confusão no público desavisado sobre a ocorrência de um “mal trato deliberado”, que diga-se, já é tipificado em lei penal, com uma possível atitude “desumana” contra um animal em processo produtivo. Só para a divisão desportiva/sentimental desse assunto, que é o cartão de visita dessa corrente de pensamento no intuito de acessar o coração consternado do público urbano, caberia um outro artigo maior que esse.

Para esses “formadores de opinião” índices alarmantes como os 15.000 litros de água são excelentes materiais de desinformação pois querem banir toda a criação particular de animais da face da terra. E um dado, ainda que manipulado como expliquei, que “demonstraria” destruição do nosso bem mais precioso para a vida, que é a água, é inegavelmente “obrigatório” no uso da contrapropaganda para conseguir a simpatia do urbano contra as criações e consequentemente o consumo. Ainda mais quando esses conceitos vem associados à correntes políticas ideológicas que tem na pecuária, na propriedade e no empreendedorismo seus “inimigos”.

Aí que o assunto cresce!

Não concordar com as opiniões expostas, não impede a pecuária de ser ainda
melhor na produção à pasto de um item agregador de valor que transforma a celulose em
proteína, alertando sempre pra medidas dentro da porteira, que acabem com o assoreamento
por exemplo, através de implantação de piquetes em nível, isolamento de APPs e tantas outras
medidas que podem ser tomadas caso a caso. E também de divulgar as benesses em
contraponto com a antipropaganda, exaltando a pastagem perene e o plantio direto como os
grandes estruturadores de solo, permitindo a infiltração das águas das chuvas e posterior
brotação nos mananciais.

É sabido que não seria a criação um desastre ao meio ambiente no tocante à
agua, mas infelizmente esse ambiente hostil permeado de política, estado e mídia entrou nas
casas das pessoas obrigando os produtores a se transformarem em galinhas…, que uma vez
botado seu ovo sai propagandeando a todos cantos o seu feito, e também contrapor essas ideias “oponentes” ainda que no mundo “virtual”. Inclusive alertando de maneira representativa sobre a maldade premeditada de muitas opiniões inverídicas e tendenciosas, deixando assim um legado de educação para o consumo consciente, nutritivo, amistoso, merecido e por que não dizer prazeroso, como parecia ser o nosso café do início deste texto.

 

Luciano Vilela é Engenheiro Agrônomo, Agropecuarista, Silvicutor,
Agrofloresteiro e competidor em esportes equestres no estado do Tocantins.

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