O prefeito de Araguaína, Wagner Rodrigues, se reuniu com recenseadores do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), vereadores e secretários no último dia 21, para tratar de uma situação identificada pelo Censo do IBGE no Residencial Costa Esmeralda e Parque Bom Viver. Conforme o levantamento do instituto com base na legislação estadual, que define a divisão dos municípios no Tocantins, parte dos setores pertencem à cidade de Wanderlândia.
Diante das informações apresentadas, o prefeito Wagner definiu a formação de uma comissão com representantes das secretarias da Educação, Fazenda e Assistência Social, além de vereadores, que elaborará um documento e solicitará que a Assembleia Legislativa do Tocantins reconheça que o perímetro territorial e os moradores dos bairros pertencem à Araguaína.
“Esse é o caminho mais rápido que temos para que nossa cidade não perca uma quantidade significativa de cidadãos. Isso vai impactar diretamente na vida dessas pessoas. Esperamos de verdade que os nossos deputados estaduais apoiem Araguaína nessa decisão”, afirmou Wagner.
Com o documento pronto, indicando os impactos do impasse, a comitiva deve ir à capital Palmas, nesta quarta-feira, 26, para entregar em mãos aos deputados.
A vida das pessoas
De acordo com um levantamento prévio, a área em questão nos dois setores possui cerca de 1.000 casas. Conforme informado pelos recenseadores, a média de moradores por residência em Araguaína é de três pessoas, o que daria um total de quase três mil habitantes que seriam registrados como moradores de Wanderlândia.
Caso a situação não seja resolvida, esses moradores estarão a 50 quilômetros do município de origem, o que impactaria diretamente na prestação de serviços públicos, como a coleta de lixo, iluminação pública, atendimentos em saúde e na educação. Estima-se que cerca de mil alunos sejam realocados para a rede municipal de ensino de Wanderlândia.
“Atendemos essas pessoas há anos. Seria um impacto muito grande na vida desses cidadãos. Vamos lutar pela nossa população”, disse o prefeito.
Perda de moradores
O coordenador censitário do IBGE, Jaílson Carvalho, explicou que o órgão é obrigado a seguir a legislação estadual durante o recenseamento. “Algumas dessas áreas transpõem os limites do município, então não tem como o IBGE recensear uma pessoa que está ali fora daquele perímetro da cidade”.
A Prefeitura de Araguaína fez grandes investimentos em equipamentos públicos nos bairros, com escola, creche, unidade básica de saúde e CRAS (Centro de Referência em Assistência Social). E há novos recursos previstos para obras na infraestrutura de pavimentação na ordem de R$ 20 milhões.
Impactos econômicos
Araguaína recebe diversos repasses de recursos e convênios com a União, grande parte deles vinculados ao tamanho da população, como o FPM (Fundo de Participação dos Municípios), Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) e os recursos do Ministério da Saúde para auxiliar no custeio de hospitais, UPA (Unidade de Pronto Atendimento), SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), entre outros. A perda na quantidade de habitantes também teria impacto direto no valor desses repasses.
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