Remdesivir tem sucesso em estudo: quanto falta para cura do coronavírus?
O medicamento antiviral experimental chamado remdesivir, da farmacêutica americana Gilead Sciences, tem se mostrado um dos mais promissores no tratamento da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).
Em estudos preliminares, o medicamento acelerou a recuperação de pacientes e reduziu o tempo de internação de pacientes graves. Ele age reduzindo a capacidade de replicação do vírus no organismo humano.
Agora, em outro estudo, feito pela própria Gilead Sciences, a empresa reporta que os pacientes reagiram melhor ao medicamento quando o receberam cedo no quadro de infecção pelo novo coronavírus. Segundo a companhia, 62% dos pacientes que receberam o remdesivir cedo tiveram alta do hospital. Entre os que receberam o remédio com a covid-19 em estágio mais avançado, 49% tiveram alta.
O estudo avaliou a eficácia do remdesivir quando foi dado a pacientes com quadros graves de covid-19 por cinco dias e por dez dias. O teste envolveu cerca de 400 pessoas.
O medicamento é considerado um dos mais promissores para acelerar o tratamento da covid-19 e tem animado pesquisadores e investidores, que veem as ações da Gilead subindo nas últimas semanas.
Em três semanas, a Universidade de Nebraska-Lincoln divulgará os primeiros resultados de um teste amplo e rigoroso sobre o efeito do remdesivir em pacientes com a covid-19. Participam do estudo 500 pacientes de 70 países. A partir de então, o estudo poderá ser validado pela comunidade científica e pela Organização Mundial da Saúde. Se tudo correr bem e o remdesivir realmente for efetivo no combate à covid-19, o mundo finalmente terá uma boa notícia em meio à pandemia.
Com uma vacina contra o covid-19 prevista para o fim do ano vinda do Reino Unido, com distribuição global estimada para meados de 2021, os remédios para tratamento da doença têm se mostrado a esperança de governos de todo o mundo que viram desaceleração em diversos setores da economia, aumento no número de atendimentos em hospitais e mortes de pacientes em decorrência de complicações da covid-19.
Patente do Remdesivir
Em carta aberta à Gilead Sciences, empresa de biofarmacologia baseada na Califórnia, mais de 150 organizações sociais e ativistas do mundo todo pedem, desde o fim do mês de março, que a empresa abra mão de reivindicar direitos exclusivos sobre o medicamento remdesivir. A iniciativa é da fundação Médicos Sem Fronteiras.
A Gilead pode reivindicar exclusividade de produção e marketing com base nas patentes que possui em mais de 70 países. Segundo a carta aberta, o monopólio coloca em risco a acessibilidade ao tratamento da covid-19 para milhões de pessoas em todo o mundo.