Se em 2021 a cana e seus produtos apresentaram preços altamente remuneradores, por outro lado o custo de produção sofreu forte alta, impulsionada, principalmente, pelo diesel, fertilizantes e defensivos químicos. Segundo Tânia Gofredo, gerente de análise econômica da Costdrivers e Rodrigo Scolaro, economista da Costdrivers, a produção de insumos para defensivos agrícolas, como o glifosato, herbicida mais usado no Brasil, está 23% mais caro em comparação a 2020 e deve subir mais, afetando o custo dos produtos agrícolas e pressionando ainda mais a inflação sobre os alimentos.
Os profissionais da Costdrivers observam que, de acordo com a ComexStat, o Brasil importou, em 2020, 134 mil toneladas de defensivos agrícolas da China. Além dos defensivos, o governo chinês deve lançar dúvidas sobre a continuidade de exportações de fertilizantes fosfatados, para poder suprir o mercado interno. Da mesma forma que a China é o maior produtor mundial destes fertilizantes, é também o maior consumidor.
Eles salientam que não estão fora da lista os fertilizantes hidrogenados, derivados de amônia, a partir da transformação química do gás natural, que subiu mais de 550% em 12 meses. “ Não bastasse, o preço da ureia subiu US﹩ 60 em apenas um dia, devido aos estragos do furacão Ida, que atingiu, entre agosto e setembro, o Estado Louisiana, nos Estados Unidos, com o poder destrutivo da categoria 4, fator que também elevou o custo de frete da barcaça do material em um nível máximo em nove anos”, ressaltam Tânia e Rodrigo.