O Tocantins pode comemorar o primeiro lugar no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) referente ao ano de 2019. O Estado atingiu o valor de R$ 39,36 bilhões e apresentou crescimento em volume de 5,2%, em relação ao ano anterior (2018), maior percentual de crescimento entre as 27 unidades federativas do Brasil.
O Tocantins também é destaque na comparação do PIB per capita, dado que representa o valor do PIB dividido pelo número de habitantes. Nesse quesito, o Estado ganhou sete posições desde 2002, passando de 21º para 14º no ranking das unidades federativas, com um crescimento de 9% em relação a 2018, quando ocupava a 15ª posição no ranking nacional.
Esses números positivos do PIB foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e destacados pelo secretário de Planejamento e Orçamento, Sergislei Silva de Moura, e sua equipe técnica nesta sexta-feira, 12. Na ocasião, o secretário reforçou que os dados são uma referência de onde o Estado pode chegar e proporcionam segurança jurídica de crescimento de receita.
“Estamos muito felizes com estes resultados que representam o crescimento de receita. O PIB traz o ganho de capital e uma expectativa de que as empresas começam a olhar o Estado novamente, a olhar um Estado em crescimento com perspectiva de geração de emprego e renda. O PIB do Tocantins em 2019 representou 39 bilhões de reais. Dentro das projeções e expectativas, a estimativa é que até 2025, o PIB possa chegar a 60 bilhões de reais no Tocantins. São números que devem ser comemorados”, afirmou o secretário.
Em valores correntes, o resultado alcançado em 2019 representou um incremento de R$ 3,69 bilhões à economia tocantinense, em relação a 2018, em que o PIB foi R$ 35,67 bilhões. O crescimento de 5,2% do PIB se refere aos valores deduzidos da inflação, que neste período chegou a 4,31%.
No que se refere à taxa de crescimento acumulada das Unidades da Federação, levando em consideração o intervalo entre os anos de 2002 a 2019, o Tocantins também é destaque e figura em segundo lugar com crescimento de 125%, ficando atrás apenas do estado do Mato Grosso.
Serviços têm maior destaque
Durante a apresentação dos dados, as técnicas da Gerência de Contas Regionais da Seplan destacaram que o grupo que teve maior peso na economia tocantinense foi o de Serviços, com participação de 74%. Este grupo registrou acréscimo em volume de 2,2% em 2019.
Entre as atividades que influenciaram o resultado em volume do setor de Serviços, destacaram-se Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, cuja variação foi de 4,7%; Administração, defesa, educação, saúde pública e seguridade social, com crescimento em volume de 1,3%; Alojamento e alimentação, com expansão de 9,6% e Atividades Imobiliários, que cresceu 1,3%.
Silvicultura é destaque na Agropecuária
De acordo com os dados do IBGE, a Agropecuária teve acréscimo em volume de 31,4% em relação ao ano anterior. A economista da Seplan, Geizianne Pereira da Cunha, explicou que nesta área o destaque é para o desempenho da Silvicultura. “Foi a extração de madeira em tora de eucalipto que impulsionou esta variação positiva, registrando um crescimento de 278,2%”, ressaltou.
Ainda no grupo de atividades agropecuárias, a pecuária, com a criação de aves e bovinos, teve crescimento em volume de 6,1%. Já a Agricultura se manteve estável.
Indústria
Assim como ocorreu em todo o Brasil, o setor industrial do Tocantins apresentou queda em relação ao seu desempenho em 2018. A economista e técnica da Seplan, Grazielle Azevedo, lembra que este setor foi o mais atingido pela crise econômica de 2014, cujos efeitos ainda são sentidos neste segmento.
Conforme os dados, no ano de 2019 a indústria do Tocantins apresentou queda de -4,2%. Este resultado ocorreu principalmente pela queda em volume de 14,2% na atividade de Construção, devido aos segmentos de construção de edifícios e obras de infraestrutura. A atividade de Eletricidade e água apresentou pequena queda, na ordem de 0,7%.
Apesar das quedas, alguns setores da indústria tocantinense apresentaram valores positivos, como é o caso da indústria extrativista, que possui pequena participação na economia total do Estado, e cresceu 24,4%. A Indústria de transformação também apresentou crescimento, registrando uma alta de 4,7%.
PIB de 2019
O PIB é divulgado pelo IBGE com dois anos de defasagem em relação ao ano corrente (T-2), em razão do calendário de disponibilização de algumas informações econômicas utilizadas em seu cálculo, a exemplo das Pesquisas Estruturais do IBGE.