A oferta pública de ações (IPO, em inglês) do Nubank deve acontecer em breve e o banco digital deve ter um valor de mercado entre US$ 50 bilhões e US$ 70 bilhões, muito menor do que se previa, cerca de US$ 100 bilhões. O IPO acontecerá nos Estados Unidos, a Nasdaq, e no Brasil (B3), com o lançamento de Brazilian Depositary Receipts (BDRs). A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de S.Paulo.
Nubank é uma empresa startup brasileira pioneira no segmento de serviços financeiros, atuando como operadora de cartões de crédito e fintech com operações no Brasil, sediada em São Paulo e fundada em 6 de maio de 2013 por David Vélez (Fonte: Nubank).
E existem alguns fatos bem interessantes, a respeito dessa empresa e seu valor de mercado. A Nubank não possui agência física para o cliente ir resolver suas situações bancárias, tudo é feito via aplicativo, ou seja, estamos diante de uma empresa que utiliza o conceito de inovação, acreditamos que esse é o grande motivo para seu grande valor de mercado.
A empresa em 2020 teve prejuízo líquido de R$ 230 milhões, o leitor deve ficar confuso quando percebe que uma empresa que apresenta prejuízos consecutivos apresenta valor de mercado na ordem de bilhões. Vou explicar, acontece que, na verdade, toda receita da Nubank e capital investidor é convertido em clientes, isso mesmo, a Nubank possui uma estratégia de expandir sua base de clientes e decidir quando vai lucrar. E, de fato, a ida para o IPO, diz que essa hora chegou depois de oito anos da sua fundação.
Justificamos o fato do crescimento exponencial da Nubank, a sua robustez inovativa a luz de um dos grandes teóricos da área Peter Drucker (1909-2005). Drucker pensava a organização para além do óbvio e difundiu pensamentos que são bem visíveis na estratégia de mercado da Nubank.
Autogerenciamento e o empoderamento dos funcionários, é visível a capacidade dos colaboradores de sugerirem produtos, serviços e, primeiro, poder modelar o contato humanizado com o cliente. Não há espaço no gerenciamento moderno dos contratos de cabrestos, onde a pirâmide e a hierarquia se sobressaem. A grande ideia aqui é: cada profissional tem de saber exatamente qual é o seu trabalho e aproveitar o tempo destinado para isso para fazê-lo.
Fomento às lideranças eficientes na qual ele, o líder, deve fazer com que seu colaborador transforme toda sua carga teórica em ação e resultado para a empresa, e uma visão na qual toda organização deve se comprometer com os valores e sua missão. Estamos diante de uma mudança abrupta cultural da organização, a preocupação sobre a cultura da empresa é uma das coisas mais importantes do momento. Líderes eficientes assumem às responsabilidades por seus liderados.
Inovação na veia. Uma visão empreendedora da organização, na qual existe um compartilhamento de ideias e execução / persistência. Drucker diz que inovação na organização tem muito a ver com persistência e comprometimento. Todos sabem que esse barato da inovação fará diferença com os concorrentes, entender a dor dos clientes, poder gerar ideias e empoderar o funcionário para inovar podem ser vistos com os passos de Drucker para a inovação.
Então, é isso pessoal, devemos aprender com a Nubank que estratégias são criadas em relação à experiência do cliente, cultura da organização e propósito importam muito, e que disrupção na inovação é conseguida com muito trabalho e investimento em pessoas.
Dheiver Santos é professor, Pesquisador e Empreendedor. Cientista de Dados Sênior no Grupo Boticário/GAVB, Mentor de Negócios no Founder Institute Brazil, Pesquisador na Rede BRIDGE, Consultor Empresarial, Prof. Doutor Estácio de Sá – Alagoas ensinando cadeiras na área de tecnologia da Informação (Sistemas operacionais). Possui Doutorado em Engenharia Química pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Possui mais de duzentas produções científicas na base Lattes e mais de 15 anos de experiência de mercado.